Com exclusividade ao Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (6), o secretário do Planejamento do Estado do Paraná, Luiz Augusto Silva – ou Guto Silva, explanou acerca dos benefícios do chamado hidrogênio renovável verde, como fonte de energia, que é um assunto estratégico do governo, de acordo com ele.
“A composição de energia no mundo, hoje, 80% ou é carvão, ou gás, ou petróleo. Ou seja, fóssil, poluente. Quando puxamos esse quadro para o Paraná, nossa matriz é 96% limpa, ao contrário do resto do mundo, porque temos essa tradição com as hidrelétricas, como a Itaipu e as usinas da Copel. Temos um patrimônio maravilhoso. Ninguém produz energia tão limpa quanto no Paraná”, observa.
Entretanto, Silva ressalta que a mudança climática tem exercido forte impacto sobre os países mais poluentes – como a China e os países europeus, que usam na carvão na produção de até 45% da energia consumida, em média. “É necessário acelerar essa transição energética para não poluir mais. A transição energética é um tema debatido em todos os grandes países. Voltamos do Japão e não se falava de outra coisa, assim como nos Estados Unidos e na Europa”, diz.
O hidrogênio é o elemento central, hoje em dia, quando se fala em transição energética, de acordo com o secretário de Planejamento. Para poder separar os dois átomos de hidrogênio do átomo de oxigênio de cada molécula de água (H20), no processo de eletrólise, se usa muita energia elétrica. “Essa energia elétrica precisa ser proveniente de uma fonte renovável – ou água, na hidrelétrica, ou fotovoltaica, com o painel solar, ou eólica [vento]. Se ela tem esse componente na energia usada para dividir a molécula, ela é chamada de renovável verde”, diz.
Ainda conforme Silva, a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) aponta que dentro de 20 anos mais de 25% da matriz energética do mundo será rodada em hidrogênio. A aviação é um setor que tem investido fortemente nesse quesito e, nos próximos 10 anos, espera-se que a maior parte dos aviões seja movida a hidrogênio. Da mesma forma, as embarcações que atracam nos portos estão mirando nessa nova fonte de energia.
“A indústria pesada, ao invés de gás natural, terá a possibilidade de colocar hidrogênio na rede. O hidrogênio é um substituto do gás; ele é verde, renovável e o componente mais importante para ele ser competitivo é o insumo barato de energia. Ninguém produz uma energia tão barata e tão renovável quanto o Paraná e, sobretudo, o Brasil. Todo o mundo está de olho no Brasil”, enfatiza.
Curitiba recebeu, nesta semana, um evento que reuniu autoridades internacionais relacionadas ao tema e embaixadores de vários países para discutir a transição energética. “Vamos liderar esse processo no Brasil e no mundo. O Paraná vai ser um dos principais hubs produtivos de hidrogênio verde, de energia verde, porque já temos tradição de produzir de forma sustentável, verde, com as hidrelétricas”, explica.
Além do hidrogênio proveniente da água, há o hidrogênio oriundo do metano (CH4), um gás incolor composto de quatro átomos de hidrogênio e um de carbono em cada molécula. “Todo o residual de cana, o residual de esterco de porco, todo esse processo vira metano. Consigo separar essa molécula do metano. Também somos o número 1 do Brasil em produção de gás metano. Temos um ambiente muito favorável”, afirma.
Silva comenta, ainda, que se for acrescido nitrogênio ao hidrogênio verde, se obtém amônia verde (NH3), que é um fertilizante verde. “80% do fertilizante que entra no Brasil entra pelo Paraná. Temos condições de desenvolver toda essa cadeia do hidrogênio aqui no Estado. Na ponta, isso significa energia barata, energia limpa, não poluente e o mais importante: geração de emprego”, diz.
Ponto de Vista
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.
Confira a entrevista na íntegra: