Durante bate-papo exclusivo ao Ponto de Vista, programa apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (17), o líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP), o deputado estadual Hussein Bakri (PSD) comentou sobre a retomada do trabalho legislativo e afirma que está recuperado, após alguns problemas de saúde no segundo semestre de 2023, como a cirurgia no quadril e a colocação de um stent coronário, além de ter perdido a mãe, em novembro.
Em dezembro, o deputado precisou lidar com a diverticulite, que é uma inflamação de uma ou mais bolsas com formato de balão (divertículos), que normalmente afeta o intestino grosso. A doença ocasionou a morte do deputado estadual Aníbal Khury, em agosto de 1999. Ele era, então, o presidente da ALEP. Por muito tempo, se atribuiu a doença como a causa da morte do ex-presidente Tancredo Neves. Esta era a versão oficial, mas apurações posteriores demonstraram que ele teve, na verdade, um leiomioma benigno, mas infectado. Porém, na época, os médicos esconderam até o fim a existência do tumor, devido ao impacto que a palavra “câncer” causava em meados dos anos 1980.
“Na virada do ano, passei mal, fiquei internado quatro ou cinco dias. Já tinha constatado esse quadro de diverticulite e o quadro se agravou. É uma inflamação causada por stress, má alimentação e, se você não controlar a comida e o stress – que são duas coisas que não consigo controlar – a crise vem. É uma dor muito forte e o risco que tem é estourar isso aí e fazer com que você tenha uma infecção generalizada. Eu já estava perto de casa, consegui ir para o hospital e controlar”, comemora.
De acordo com o parlamentar, o sintoma é uma dor muito forte logo abaixo do umbigo, similar à que ocorre diante da vontade de ir ao banheiro, porém muito mais acentuada. “Mas tem que investigar. Não dá para ficar achando que é só ir ao banheiro. Você vai seguidas vezes ao banheiro, dá muita dor sempre que você come. Foi o que aconteceu comigo. Num determinado momento, a dor foi tão forte que precisei ser conduzido ao hospital”, afirma.
Bakri, de 58 anos, afirma que os médicos estão aguardando que se reduza a inflamação, o que tem ocorrido com o auxílio medicamentoso. Em março, ele deve se submeter a uma cirurgia para tratar a diverticulite. Ele aponta que, na juventude, foi atleta de futsal, mas a carreira política o fez abandonar as quadras, desde que se tornou vereador na Câmara Municipal de União da Vitória, em 1989 e, depois, quando foi eleito prefeito, em 2000. Está na ALEP desde 2015. “O problema é que o deputado está aqui segunda, terça e quarta na pancadaria, pauleira, projetos e tal. Quarta em diante, você vai para o interior. Você sai daqui e não sabe onde vai dormir, porque tem um roteiro de cidades e depende de uma série de fatores para saber onde vai dormir”, observa.
Na retomada da atividade parlamentar em 2024, o deputado ressalta que, todo ano, ele e seus pares se fiam na esperança de não haver nenhuma matéria polêmica a ser votada no exercício legislativo. “Chega na metade do ano, começam as preocupações e discussões. Temos duas vertentes aqui e a primeira delas é que tem projetos de deputados, ou da base ou da oposição, que precisamos tentar construir. O problema com que me deparo é que, às vezes, o projeto tem algo de inconstitucionalidade e não queremos que o Palácio vete o projeto e tentamos construir um substitutivo. Do ponto de vista do governo, vamos, na segunda (19), fazer uma reunião com o secretário Ortega [João Carlos Ortega, chefe da Casa Civil do Paraná] e estaremos definindo com ele algumas questões dos grandes projetos que serão enviados para cá [a ALEP]”, explica. “Toda segunda-feira nos reunimos com a Casa Civil e lideranças do Governo”, detalha.
Entre as matérias a serem discutidas neste ano, Bakri pontua algumas relacionadas à proteção social da Polícia Militar do Paraná; um projeto de incentivo à premiação das escolas com a iniciativa privada. “A iniciativa privada está querendo premiar, nas escolas, os alunos destaque, fazer uma parceria com as escolas. Mas as empresas tinham o temor de que pudesse ser inconstitucional. Existe agora a condição de legalizar esse tipo de coisa”, diz.
Ainda para este ano, a Casa Civil estuda outros projetos que devem ser definidos ainda. Bakri afirma que, até o momento, a ALEP ainda não recebeu nenhuma propositura para analisar que possa ocasionar algum desgaste ou que gere um debate mais polêmico. “O que ficou do ano passado foi o Estatuto da Polícia Civil, que não quisemos acelerar, porque existem alguns pontos que precisam ser melhor discutidos. Ele versa sobre a atuação, a carreira dos policiais civis, sobre as ações, sobre as penalidades, sobre a vida do policial civil. Queremos promover um grande debate com essa classe em cima desse projeto”, enfatiza.
“Por que não falam o mesmo do governo federal, que também participa das estradas federais? Será que essas pessoas têm medo de falar do governo federal?”, dispara, sobre quem critica o novo modelo de pedágios no Paraná. “Em primeiro lugar, é preciso voltar lá atrás. O pedágio, do jeito que era, era um crime, com a tarifa mais cara do Brasil. Quantas pessoas morreram porque não foram feitas as obras? Não foram feitas as obras, tanto é que foi entrado com processo, existem acordos que foram feitos, porque esses caras cobraram o pedágio mais caro do Brasil e não fizeram obra nenhuma. Como que se vai renovar um contrato desse?”, diz.
Segundo ele, a discussão sobre a continuidade do pedágio não foi antecipada, antes que o contrato se encerrasse, porque “não é tão simples como é na iniciativa privada”. Ele comparou com a compra de um carro, em que a pessoa simplesmente vai até a concessionária e decide, conforme seus recursos, se compra à vista ou parcela e sai com o carro. “No setor público, não. Depende do Tribunal de Contas, depende de agência daqui, depende de agência dali. Não é uma conta ou zero ou dez. Não é assim”, diz.
“Nosso governo entendeu que não queria mais esse modelo. O que o governador quer no pedágio e o que está sendo executado? Em primeiro lugar, ele quer que as obras aconteçam com menor preço, com transparência na Bolsa e que as obras aconteçam. Se o desconto não foi tão grande, ninguém escolhe; é mercado. O fato concreto é que teremos obras acontecendo já no início do contrato e nós teremos um pedágio melhor do que foi, eu tenho certeza”, assegura.
Para a campanha eleitoral, o deputado aponta que vai precisar se desdobrar nos dias sem compromissos oficiais na Assembleia Legislativa para dar conta de uma base eleitoral com cerca de 60 municípios, em que vários prefeitos concorrem à reeleição e contam com o apoio dele na corrida eleitoral. Em alguns outros municípios, os prefeitos já são reeleitos, mas terão seus indicados para a sucessão, que devem contar com o apoio de Bakri. Uma terceira parcela desses municípios terá candidatos do PSD como parte da oposição.
E esse apoio, para ele, é importante justamente para construir base eleitoral para a próxima eleição para deputado. “Na penúltima eleição, fiz 32 mil votos e fiquei na suplência. Alguns me zombavam e acabei virando líder. Mas alguns não me fortaleciam porque eu era suplente. Fiquei na boa, aguentei. Esperava, sinceramente, fazer 65 mil a 70 mil votos. Mas jamais fazer 98 mil votos, como nós fizemos. Agora, aprendi o caminho da roça, agora já sei o caminho, por onde vou, como faz e vou trabalhar para que possamos manter essa posição política na próxima eleição”, afirma.
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.
