Com exclusividade ao Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (02), o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, comentou sobre os detalhes do programa ‘Itaipu Mais que Energia’.

‘Itaipu Mais que Energia’

Este projeto prevê um repasse total de R$ 931,5 milhões aos municípios paranaenses em projetos que devem fazer parte de, pelo menos, um dos quatro eixos de atuação: Manejo de Água e Solo; Saneamento Ambiental; Energia Renovável e Obras Sociais, Comunitárias e de Infraestrutura.

Essa expansão de projetos da Itaipu para mais cidades do estado é fruto do trabalho e visão que a atual diretoria tem sobre os municípios e foi aprovado pelo corpo técnico, segundo o diretor. “A Itaipu atendia 54 municípios do Paraná e um município do Mato Grosso do Sul. Esses 55 municípios eram avaliados pelo corpo técnico como os que tinham influência sobre a emissão de resíduos ao lago de Itaipu, portanto precisavam ser cuidados”, explica. “Porém essa visão era algo antigo, e os mesmos técnicos da instituição, que haviam elencado esses municípios, chegaram à conclusão de que para o lago não assorear era necessário ampliar esse espaço de proteção do reservatório de Itaipu”, acrescenta.

A decisão após esse processo foi de ampliar os projetos para todos municípios do Paraná e para mais municípios do Mato Grosso do Sul. “Com esse estudo, chegamos à conclusão que os 399 municípios paranaenses e 35 sul-mato-grossenses estavam transferindo resíduos, através de seus rios, de forma direta para o reservatório da Itaipu, portanto nós tínhamos que conter a emissão desses resíduos. Foi a partir disso que surgiu a ideia de ampliar para esses 434 municípios os investimentos nas áreas ambiental e social”, ressalta.

Dívidas quitadas e recursos para os municípios

O diretor aponta que a Itaipu Binacional não possui nenhuma dívida. “No dia 28 de fevereiro desse ano a Itaipu foi quitada. Hoje ela não possui dívida nenhuma, portanto ela é metade do Paraguai e metade do Brasil. Está sendo debatido de que forma esses recursos, que passamos a ter agora por conta do fim da dívida, serão utilizados”, afirma. “Eu consegui negociar com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] que parte desses recursos sejam destinados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele anunciou o investimento de R$ 107 bilhões para o PAC no Paraná e a Itaipu participa desse investimento, enquanto a outra parte desse recurso também com a permissão do presidente será investida em todo o Paraná”, complementa.

Os municípios que possuem receita baixa terão prioridade na destinação desses recursos, segundo Enio. “Nós seguiremos alguns critérios para a destinação desses recursos. Vamos investir primeiramente nos municípios que têm receita baixa e o Índice de Desenvolvimento Humano [IDH] também baixo, ou seja, os municípios mais pobres terão prioridade”, destaca. “Depois, à medida que formos atendendo os municípios mais pobres, começaremos a atender aqueles municípios polo, que são Maringá, Londrina, Cascavel, Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, entre outros. Eles são municípios que têm uma renda e um IDH maior, portanto têm sua própria receita”, pondera.

Segundo o diretor, um dos objetivos da empresa está ligado ao crescimento do Paraná. “Nosso objetivo é que a Itaipu seja uma empresa que produz energia boa e barata, mas que também utilize parte dos seus recursos para garantir a manutenção do meio ambiente e geração de emprego e renda em todo o Paraná”, assegura.

Confira a entrevista na íntegra: