Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024

Ponto de Vista: “Os Campos Gerais foi onde o cooperativismo surgiu no Paraná”, frisa o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken

2023-10-21 às 10:18
José Roberto Ricken, na reeleição para o terceiro mandato como presidente da Ocepar (2023-2027) – Divulgação/Ocepar

Em bate-papo exclusivo durante o programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbierona Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (21), o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken comentou a respeito da 2ª rodada do Encontro de Núcleos Cooperativos do Sistema Ocepar de 2023. A Sicredi Campos Gerais  e a Coopagrícola foram anfitriãs da última reunião desta 2ª rodada, na última segunda (16), com 92 dirigentes e 21 cooperativas do Centro-Sul paranaense. A primeira rodada ocorreu em março.

Os Encontros de Núcleo ocorrem desde setembro de 1990, duas vezes ao ano, de forma descentralizada e de modo a abranger as cinco regiões do Paraná. Antes de Ponta Grossa, as reuniões ocorreram em Francisco Beltrão, no dia 9, com 70 representantes do Sudoeste; em Toledo, no dia 10, com 150 cooperativistas do Oeste e em Ubiratã, no dia 11, com 90 lideranças do Norte e Noroeste.

Os Campos Gerais “foi onde o cooperativismo surgiu no Paraná”, enfatiza o presidente da Ocepar. “A cooperativa mais antiga que nós temos em funcionamento no Paraná é a Frísia que, no próximo ano, vai completar um século. O cooperativismo veio para o Paraná com a imigração, com as colônias. Isso vale para a colônia holandesa; para os menonitas, em Palmeira; vale para Guarapuava, com os suábios. O cooperativismo do Paraná começou aqui. Depois, tivemos movimentos de migração interna, para o Noroeste do Paraná, com os agricultores que vieram de Santa Catarina e do Rio Grande [do Sul], que trouxeram uma experiência e, no Norte, café, cana, algodão, também trouxe um cooperativismo diferente. A regionalização que fazemos é em função disso: o que vale para Cambará não necessariamente vale para Capanema. Regionalizando, facilita muito nossa vida”, justifica.

Os Encontros de Núcleos Cooperativos de 2023 foram concluídos com a participação de 402 lideranças de sete ramos de atuação das 226 cooperativas paranaenses: agropecuário, crédito, saúde, transporte, infraestrutura, trabalho e consumo.

“É uma reunião de planejamento. Esse é o fundamento. Fazemos o planejamento em outubro e uma avaliação em março, quando os balanços das cooperativas foram concluídos. Isso é importante para o desenvolvimento do cooperativismo do Paraná. Dificilmente, se não passarmos com propostas por esses Encontros Regionais somos bem-sucedidos. Quando discutimos, com detalhes, nesses encontros, a chance de as propostas darem certo é muito grande”, explica Ricken.

Conforme o presidente da Ocepar, a descentralização das reuniões se justifica pelo fato de que o cooperativismo tem como pilar a participação das pessoas. “Não tem como fazer nada isolado e, no Paraná, temos um diferencial: aqui sempre teve planejamento. Desde o início, desde os anos 1970, o cooperativismo nasceu com planejamento e isso continua até hoje. Tivemos, recentemente, o Plano Paraná Cooperativo 100 – PRC 100, porque queríamos chegar a R$ 100 bilhões de movimento por ano. Agora, mais recentemente, tivemos o PRC 200. Estamos concluindo, agora, no final do ano R$ 200 bilhões de movimento econômico no cooperativismo do Paraná, dos sete ramos de cooperativas aqui existentes. É para o planejamento: planejar bem, acompanhar o resultado, esse é o segredo do cooperativismo.

A previsão, conforme o presidente da Ocepar, é de talvez ultrapassar esses R$ 200 bilhões de movimentação econômica entre os sete ramos cooperativos no Paraná em 2023. “Óbvio, que estamos numa realidade diferente neste ano, temos preços menores das principais commodities que as cooperativas atuam. Mas também temos, por outro lado, a agroindustrialização. Hoje, 48% de tudo o que nós faturamos já é resultado da agroindustrialização. Temos, hoje, em funcionamento no Paraná 140 agroindústrias e metade da produção que recebemos já tem algum valor agregado. Hoje, as cooperativas recebem o equivalente a 64% de tudo o que se produz no Paraná”, detalha.

“Se você perde de um lado, ganha do outro, o que dá segurança ao produtor que, na agroindústria, tem uma rentabilidade melhor do resultado. Como na agroindústria em cooperativa o resultado volta para o cooperado, ele se beneficia disso também. Com certeza, devemos ir de R$ 187 bilhões para R$ 200 bilhões. O percentual ainda é menor que dos últimos anos, mas ainda é positivo”, argumenta.

Ricken comenta como as crises geopolíticas e os movimentos de guerra afetam a produção de alimentos mundial. Na palestra que encerrou o Encontro de Núcleos Cooperativos, no início da semana, foi mencionado que há 10 movimentos de guerra em todo o globo, atualmente, a exemplo dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Palestina. “Sempre vamos ter esse problema, infelizmente. Não gostaríamos que tivesse. Consequência, sempre tem, de qualquer guerra, e temos que buscar sanar essas dificuldades. Vou citar a questão da Ucrânia com a Rússia, que talvez dê um impacto maior, a curto prazo, que ainda não sentimos desse de Israel e Palestina, que foi a elevação dos custos de insumos. Boa parte dos fertilizantes consumidos vem dessa região e isso impactou em custo de produção. Na Europa, impactou no fornecimento de produção”, pontua.

Ponto de Vista

Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.

A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz;  T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa  99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.

Confira a entrevista na íntegra: