Durante bate-papo exclusivo ao Ponto de Vista, programa apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (23), o deputado federal Aliel Machado (PV-PR) comentou a repercussão e desdobramentos em Brasília da descoberta do plano que, supostamente, pretendia assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e sequestrar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com vistas a um possível golpe de Estado. “É delicado o assunto, mexe com o sentimento das pessoas essa polarização política. Gostaria de pedir a quem ouve, independentemente de quem você gosta, do partido que você gosta, pois você tem o direito de gostar e de criticar, não é sobre isso que estamos falando. Estamos comentando aqui sobre crimes absurdamente graves. Estamos passando por uma situação que precisa de reflexão”, pondera.
Aliel salienta que houve uma tentativa de explodir um caminhão de combustíveis no Aeroporto de Brasília, que foi interceptado pela polícia e que, neste mês, uma pessoa morreu numa explosão na Praça dos Três Poderes, logo depois de arremessar uma bomba em direção à estatua da Justiça, idealizada pelo artista plástico Alfredo Ceschiatti, inaugurada há mais de 60 anos. “Veja o quanto devia estar perturbado o coitado para tomar uma atitude de absurdo extremo como essa. Esses extremos estão espalhados em todos os lugares, nas famílias, pai brigando com o filho, mãe brigando com o filho, irmão brigando com o irmão. Não podemos aceitar isso dentro de uma normalidade. É normal ter divergência, crítica, você gostar de A ou de B, gostar de um ou de outro. A Polícia Federal descobriu uma arquitetura, desenhada por chefes do poder militar, chefes do antigo governo, para assassinar um presidente da República eleito, o vice-presidente da República eleito e o ministro do Supremo. Não importam os nomes. Estou falando os cargos, porque é liturgia. Goste ou não, quando se faz isso, você faz contra todos os brasileiros, contra toda a Democracia, o Sistema. Não podemos aceitar, tem um limite”, analisa.
“Quanto mais se prega o ódio, a raiva, a mentira ou quando não tem punição, é como se você desse salvaguarda para continuar acontecendo. Não pode e isso independe das pessoas. É muito grave o que aconteceu, não é brincadeira aquelas milhares de pessoas no dia 8 de janeiro [de 2023] quebrando tudo, tentando invadir [as sedes dos Três Poderes] e elas sendo manipuladas por narrativas políticas, por mentiras, por rede social, por WhatsApp. Não podemos aceitar isso”, prossegue.
O parlamentar relembra que, apesar de não ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018, quando foi eleito, manifestou publicamente o desejo de que ele fizesse um bom mandato e se prestou a contribuir no que fosse necessário, mas também a criticar no que coubesse críticas. “Esse é o respeito à liturgia e aos outros. Não podemos aceitar atrocidade de nenhum lado”, frisa. Na visão do deputado, o plano não se limitava a eliminar os três, mas revelava o “intuito de tomar à força o comando”.
“Coisas boas e ruins existem na esquerda e na direita. Tem coisas melhores na direita e coisas melhores na esquerda. Isso é da Democracia, é o debate, é cíclico. Troca um, coloca outro. Por isso que o mandato tem prazo de quatro anos; se não está bom, troca. Agora, imposição, organizar assassinato, extermínio, isso é coisa de ditadura”, opina.
O deputado afirma que não se pode exigir a prisão do ex-presidente mesmo diante das descobertas da Polícia Federal e de seu indiciamento enquanto não há condenação. “Temos que defender, para nós e para todos, a mesma regra. Bolsonaro ainda não é condenado, ele acaba de ser indiciado, pode ser denunciado. Se ele for denunciado e condenado, é a liturgia [do processo]. Hoje, ainda há uma massa muito grande, de um debate político, que tem impacto muito grande, porque existe uma divisão no Brasil – inclusive, que foi pregada por eles de maneira muito forte. Os indícios que nós observamos, as descobertas, as interceptações, os telefones, as provas, as agressões, a baderneira, a bagunça, o ataque é muito claro. Mas também temos que tomar cuidado para nós, na ânsia de resolver, não pularmos regras, porque o Judiciário também comete erros”, ressalta.
Aliel assinala que se alguém tenta burlar uma regra judicial para atender aos próprios interesses, em outra oportunidade pode ser igualmente prejudicado pelo atendimento dos interesses de terceiros. “A situação é estarrecedora com o envolvimento de generais do Exército, chefe da Casa Civil. Teve uma reunião a 350 metros da casa do Alexandre de Moraes, discutindo o assassinato dele. Uma coisa é você não gostar do cara, criticá-lo, outra é você querer impor tua vontade [mediante violência]”, frisa.
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.