Com pouco mais de três meses de gestão à frente da Prefeitura de Maringá, o prefeito Silvio Barros concedeu uma entrevista ao comunicador João Barbiero na qual avaliou os primeiros 100 dias de governo, destacou conquistas, reconheceu desafios e apresentou projetos estruturantes para o futuro da cidade. O chefe do Executivo também compartilhou impressões sobre a administração pública contemporânea, fez reflexões sobre políticas sociais e urbanísticas, e reiterou o compromisso com uma gestão eficiente e segura.
Ao comparar o cenário atual com sua passagem anterior pela Prefeitura – ele foi eleito pela primeira vez em 2004 e reeleito no pleito seguinte -, Silvio Barros destacou a transformação na forma de governar, impulsionada pelas novas tecnologias e demandas sociais.
“Quando eu saí da Prefeitura da outra vez, não existia WhatsApp. É completamente diferente, é uma outra realidade. Tudo muda com essa situação que a gente está vivendo hoje em dia. É claro que nós pegamos uma Prefeitura com uma máquina ajustada para um outro tipo de gestão. Agora temos que ajustar e reorganizar esse processo.”
Sobre os primeiros 100 dias de governo, Barros avalia que, apesar das conquistas, nem tudo saiu como o esperado. “Eu admito que estou satisfeito, conseguimos muitas coisas. Conseguimos mostrar para a população que ‘virou a página’, é um outro estilo de gestão, mas ficou aquém do que eu esperava. Tinham algumas coisas que eu achava que a gente ia conseguir e não conseguimos ainda. Outras coisas foram acima da minha expectativa e eu não imaginava que a gente resolvesse tão rápido.”
Ele destacou como ponto alto a articulação com o governo federal e estadual, que já garantiu importantes obras para o município. “Tivemos duas entregas importantes do Ministério da Saúde aqui na cidade, com a Nísia (Trindade) e o Alexandre (Padilha). Ela veio aqui para inaugurar leitos de UTI pediátrica e foi uma inauguração que saiu mais rápido do que a gente esperava, veio antes do cronograma e estamos com as UTIs pediátricas funcionando. Foi uma grande conquista. Depois o Alexandre Padilha veio aqui. Durante a campanha a gente entendeu: Maringá tem duas UPAs, zona norte e zona sul. A cidade cresceu muito geograficamente falando e a gente propôs as UPAs zona leste e zona oeste. O ministro Padilha garantiu em público que o recursos para as UPAs estão acertados. É só a gente entregar o projeto e licitar a obra. A gente sabia que iríamos conseguir, mas eu não esperava que o dinheiro para as UPAs saísse tão rápido”, apontou
Entre os projetos mais urgentes, o prefeito citou a duplicação do Contorno Sul como prioridade absoluta. “O dinheiro para duplicação do Contorno já saiu em menos de 100 dias – na verdade, saiu em 30 dias. O governador (Ratinho Junior) veio aqui, a gente mostrou para ele a situação e ele entendeu a importância dessa obra para o desenvolvimento econômico da cidade e para o aspecto social e de segurança.”
Soluções criativas e segurança
Silvio Barros abordou também questões relacionadas à mobilidade urbana e segurança pública, defendendo intervenções urbanísticas simples, mas eficazes. “Uma das coisas que estamos propondo: as avenidas têm canteiros e as pessoas atravessam em qualquer lugar ao invés de atravessar na faixa. Quando você coloca na avenida um canteiro só de flores, a pessoa não pisa mais. […] Existem soluções urbanísticas e paisagísticas que resolvem determinados assuntos ligados à segurança pública.”
Ao falar sobre arquitetura hostil, o prefeito comentou uma situação envolvendo a agência do Banco Itaú e moradores em situação de rua, ampliando o debate para a necessidade de políticas sociais equilibradas e humanizadas. “Não podemos permitir que o direito de um prejudique o direito do outro. […] Já que a gente não quer que ele fique aqui ou ali, nós temos que dar uma opção para eles. […] O tipo de atendimento que a gente dá para esse cidadão é um lugar para ele dormir, arrumar comida, capacitá-lo para ter um emprego e encaminhá-lo para um processo de ressocialização.”
Barros classificou os moradores em situação de rua em três perfis distintos, defendendo abordagens específicas para cada grupo: os que buscam ressocialização, os que optam pela rua como estilo de vida e os dependentes químicos, considerados mais vulneráveis e com maior potencial de risco social.
Articulação política e gestão colaborativa
Ainda durante a entrevista, Silvio destacou a importância da colaboração com deputados e demais esferas de governo, citando o apoio de sua família. “Todos os deputados são importantes. […] A Maria Victoria (sobrinha do prefeito), por exemplo, reconhece onde pode ajudar e me conecta com quem pode contribuir. […] Essa liberdade eu tenho com a Maria Victoria e ela tem um compromisso com a cidade. O Ricardo (irmão de Silvio) é um baita articulador, acompanha tudo aqui dentro.”
Encerrando a entrevista, o prefeito revelou qual considera ser sua principal meta de legado: transformar Maringá em referência em economia circular.
“Quero deixar uma cidade que não enterra mais lixo – todo o lixo da cidade será transformado em insumo para a economia circular. Isso é legado, a cidade não vai mais enterrar lixo.”
A entrevista vai ao ar no Programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero, no próximo sábado (26), a partir das 7h. Abaixo é possível assistir na íntegra: