Sábado, 14 de Dezembro de 2024

Sommelier dá dicas para harmonizar queijos e vinhos

2023-02-26 às 13:51

Com as inscrições abertas até dia 1º de março, o Prêmio Queijos do Paraná tem despertado a curiosidades dos paranaenses para se aventurar no mundo dos produtos derivados de lácteos. E, claro, um bom queijo pede um bom vinho. A combinação entre esses dois alimentos remete à antiguidade clássica. Há indícios de que a harmonização de texturas, aromas e sabores de queijos com a célebre bebida tenha se tornado uma arte na França, onde os antigos vinhateiros criaram uma máxima: “Para vender vinho, sirva queijo”.

Com tantas variedades, tipos e classificações, fica a dúvida: como não errar na hora de escolher qual queijo saborear enquanto se degusta um bom vinho? Sommelier de vinhos, especialista em enogastronomia e instrutor do Senac Paraná há 14 anos, Adriano Di Renzo explica que tudo começa com a identificação das características dos produtos em mão. A partir da textura e do sabor do queijo, por exemplo, é que se define qual o melhor tipo de vinho para acompanhar. Ah, e a qualidade de ambos é determinante para que a harmonização seja perfeita.

“É preciso conhecer o produto. Ter a garantia de que o queijo foi produzido com um leite de qualidade e conhecer o tipo, o saborizante e a textura. Um bom leite é o diferencial do bom queijo”, ensina.

Para quem quer começar a se aprofundar no universo da harmonização, Di Renzo sugere ter sempre em casa três tipos de queijos como “coringas”: brie, gorgonzola e gouda (ou emmental). Cada um tem características diferentes e combinam com tipos diferentes de vinho.

Ainda segundo Di Renzo, a produção brasileira de vinhos e queijos vem avançando ano a ano no que diz respeito à qualidade. Inclusive há polos produtivos no Paraná que precisam ser mais reconhecidos.

“Estamos em um patamar elevado, mas ainda tem preconceito por se tratar de produtos nacionais. Nosso vinho espumante, por exemplo, é um dos melhores do mundo. Às vezes, o consumidor prefere comprar um vinho mediano só por ser do Chile, a comprar um excelente vinho nacional”, diz. “O mesmo se aplica aos queijos. Temos produtos excelentes, premiados em concursos até internacionais. A gente precisa conhecer melhor o que é produzido aqui”, observa.

Veja as dicas de combinações:

Brie:

Queijo nobre com massa cremosa e de casca branca recoberta por um fungo comestível, o brie é
uma variedade feita com leite de vaca. Tem sabor marcante e envolvente. Por isso, harmoniza bem com vinhos leves, pouco tânicos. “O brie é uma variedade que envolve mais a boca, entrar nas papilas gustativas. Por isso, precisa de um vinho mais ácido e gelado. Vai muito bem com uma geleia e um vinho rosé”, explica Di Renzo.

Gorgonzola:

Um dos queijos mais antigos do mundo, o gorgonzola se notabilizada por conter fungos azul-
-esverdeados, em sua massa cremosa, levemente quebradiça. De sabor intenso, essa variedade pede um vinho seco mais encorpado. “É preciso ter um cuidado para o sabor do vinho não brigar com o sabor forte do gorgonzola. Neste caso, um tinto como o Carmenere ou Cabernet combina bem”, sugere Di Renzo.

Gouda:

Queijo com textura mais consistente e com pequenos buracos, decorrentes da formação de bolhas em seu processo de maturação. Tem gosto mais suave e é levemente adocicado ao paladar. Na avaliação de Di Renzo, essa variedade pede um vinho que complemente essas notas doces, como vinhos brancos ou rosés. “Essa harmonização também vale para emmental. Um bom vinho branco vai realçar esse tom adocicado do queijo”, diz o especialista.

da comunicação FAEP