Segunda-feira, 18 de Agosto de 2025

Vigilante é preso por tentar vender imagens da explosão que matou 9 pessoas no PR

Homem tentava comercializar registros do acidente que matou nove pessoas e deixou sete feridas; investigação busca entender causas da tragédia
2025-08-18 às 10:17

Um segurança terceirizado, funcionário da Embrasil Segurança, foi preso neste sábado (16) após tentar vender imagens do momento da explosão que atingiu a fábrica Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O acidente, ocorrido na manhã de terça-feira (12), resultou em nove mortes e sete feridos, sendo investigado pelas Polícias Civil e Científica e pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná.

Segundo informações da Polícia Civil, o colaborador de 27 anos ofereceu às emissoras de televisão imagens monitoradas pelo sistema interno da empresa pelo valor de R$5 mil. Ele foi detido no local de trabalho e confessou o crime, declarando arrependimento durante o depoimento. Como os funcionários haviam assinado um termo de confidencialidade, o segurança deve responder judicialmente por violação de sigilo profissional. Após assinatura de um termo de compromisso, ele foi liberado e aguarda audiência preliminar nos próximos dias.

Em nota oficial, a Embrasil Segurança esclareceu que demitiu o colaborador imediatamente e iniciou investigação interna, frisando que o episódio representa um caso isolado e reforçando seu compromisso com ética e privacidade. A Enaex Brasil, fabricante de explosivos, também repudiou a conduta e destacou que todas as gravações do circuito interno foram entregues exclusivamente às autoridades competentes.

Detalhes da explosão e identificação das vítimas

A explosão ocorreu por volta das 5h50 em uma área de 25m² da fábrica, justamente enquanto materiais explosivos eram preparados para transporte. Até o momento, não há informações oficiais sobre as causas do acidente. A força do impacto foi tamanha que, conforme o secretário de segurança pública do Paraná, Hudson Teixeira, os corpos das vítimas ficaram fragmentados, sendo necessária a realização de exames de DNA com apoio dos governos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Com o auxílio desses estados, o prazo para conclusão das identificações, inicialmente previsto para até 30 dias, pode ser reduzido para cerca de 10 dias.

Foram identificados e divulgados os seguintes funcionários como vítimas fatais: Simeão Pires Machado, Roberto dos Santos Kuhnen, Pablo Correa dos Santos, Marcio Nascimento de Andrade, Jessica Aparecida Alves Pires, Francieli Gonçalves de Oliveira, Eduardo Silveira de Paula, Cleberson Arruda Correa e Camila de Almeida Pinheiro, todos operadores da fábrica.

Além de Quatro Barras, moradores de Curitiba, Piraquara, Pinhais, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Colombo e São José dos Pinhais relataram sentir o impacto. A Enaex disponibilizou um canal para moradores que tiveram prejuízos materiais solicitarem ressarcimento.

Investigação e repercussão

O caso segue sendo acompanhado pelas autoridades policiais e de segurança do trabalho. A tentativa de comercialização das imagens reacende preocupações sobre ética profissional e proteção da privacidade em acidentes industriais de grandes proporções. Até que as causas da tragédia estejam esclarecidas, o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Científica mantêm curso rigoroso de apuração, visando garantir justiça para as vítimas e seus familiares.