Quarta-feira, 08 de Maio de 2024

Projeto GGPEL: Por que as crianças não devem fazer tantas atividades extracurriculares?

2024-03-04 às 15:46
Foto: Reprodução

Inglês, natação, balé, aula de robótica, música, de reforço… Já parou para pensar que, muitas vezes, as crianças têm uma rotina tão ou até mais cheia de compromissos do que a nossa? Essas atividades feitas fora do horário da escola são uma ótima forma de os pequenos se divertirem e aprenderem coisas novas, mas tudo que é em excesso acaba não sendo legal.

Assim como nós, adultos, as crianças também precisam de brechinhas na programação para respirar, descansar e não fazer nada. “O ócio é provocativo para o cérebro. A ‘falta do que fazer’ ajuda a estimular a imaginação e a fantasia”, comenta o pediatra Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também defende que, quando o assunto é a programação semanal das crianças, menos é mais. “Não deixe que a agenda do seu filho seja completamente preenchida por estudos e atividades extracurriculares. Guarde algum tempo — ao menos uma hora por dia — para que ele possa brincar ao lado de fora com liberdade e autonomia”, diz a entidade.

Isso não significa que você não precise investir nos estudos e na saúde do seu filho. As aulas de música, de idiomas e os esportes continuam sendo muito importantes para o desenvolvimento dele. Porém, tudo é uma questão de bom senso e equilíbrio. A recomendação de Fausto Flor Carvalho, da SPSP, é de que as crianças tenham, no máximo, duas atividades fora do horário de aula por semana.

“Ficamos preocupados com o currículo dos nossos filhos, mas também temos que pensar em formação de caráter e de outras habilidades socioemocionais. Se você deu uma aula de introdução musical, isso já é um norte. Ele não precisa virar músico. Se tiver talento, vai explorar. Nosso papel é só permitir que as crianças experimentem”, afirma Fausto.

da Revista Crescer