A delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), Dra. Ana Paula Cunha Carvalho, comentou sobre o ‘Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes’, celebrado no dia 18 de maio, e sobre a importância dos responsáveis estarem atentos aos possíveis sinais de violência sofridos pelas crianças, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (24).
18 de maio
Essa data (18 de maio) foi instituída em 2000 pelo projeto de lei 9970/00. A escolha se deve ao assassinato de Araceli, uma menina de oito anos que foi drogada, estuprada e morta por jovens de classe média alta, no dia 18 de maio de 1973, em Vitória (ES). Esse crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje permanece impune.
“Qualquer tipo de agressão, seja física ou psicológica, contra a criança ou adolescente deve ser denunciada. A palavra da vítima tem muito valor nesses casos”, explica a delegada. “Como a maioria dos casos que envolve violência contra a criança parte de algum familiar ou pessoa próxima, a gente já tem o autor identificado, na maioria dos casos”, complementa.
Alertas para casos de agressão
Os sinais de alerta que uma criança vítima de agressão devem ser notados pelos responsáveis por ela ou por quem ela deu esses sinais. “Se a criança te procurou e contou, dê ouvidos a essa criança. A queda do rendimento escolar, quando a criança volta a fazer ‘xixi’ ou ‘cocô’ na cama, automutilação, reclusão social [quando a criança gostava muito de frequentar determinado lugar e passa a não querer mais frequentar] são situações que os responsáveis devem ligar o sinal de alerta”, explica a delegada.
Deixar as crianças à vontade e agirem de forma espontânea é um cuidado importante para evitar que ela se sinta desconfortável com alguma situação. “Os antigos tinham o costume de chegar na casa do tio, por exemplo, e falar para a criança dar um beijo ou um abraço nos adultos. A criança deve ter a liberdade de querer ou não, porque às vezes ela pode se sentir incomodada com aquele ‘toque'”, observa Dra. Ana Paula.
Ações de maio
As ações do Nucria voltadas ao tema iniciaram há mais de 15 dias, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. “Esse mês fizemos ações preventivas, que são muito importantes. A gente fez palestras nas escolas. Falar para as crianças sobre as partes do corpo, conscientizar é tentar prevenir um crime”, destaca a delegada. “Explicar para a criança e orientá-la a não estar naquele local de vítima é muito importante”, complementa.
Denúncias
Aquele que tomar conhecimento da prática de algum crime contra criança ou adolescente deve denunciar. A PCPR solicita a colaboração da população com informações que auxiliem em casos de violência contra crianças e adolescentes. As denúncias podem ser feitas de forma anônima através do 197, da PCPR e 181, do Disque Denúncia.
Se a violência estiver ocorrendo naquele momento, a pessoa deve acionar a Polícia Militar, por meio do 190.
Confira a entrevista completa: