Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025

Empresário ligado ao PCC foi preso em lancha de luxo em SC

2025-09-01 às 12:16
Foto: Reprodução/TV Globo

Um dos alvos da megaoperação Carbono Oculto, que investiga a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis, foi capturado pela Polícia Federal em Bombinhas. O empresário Rafael Renard Gineste, que reside em Curitiba (PR), tentou se esconder em uma lancha de luxo ancorada na orla da cidade, mas acabou preso pelos agentes.

Segundo informações do Diarinho, os policiais não encontraram o investigado em sua residência e intensificaram as buscas até localizá-lo no barco. Ele estava acompanhado de uma mulher e, ao notar a aproximação da PF, jogou o celular no mar na tentativa de se livrar de provas. A prisão ocorreu na última quinta-feira, durante a operação que mobilizou cerca de 1.400 agentes em oito estados, incluindo Santa Catarina.

As imagens da abordagem foram exibidas no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Rafael foi um dos seis detidos na ação. De acordo com as investigações, ele é sócio-administrador da F2 Holding Investimentos, empresa suspeita de integrar o esquema criminoso do PCC que, conforme a Receita Federal, movimentava mais de R$ 30 bilhões por meio de fundos de investimentos.

A apuração aponta que o dinheiro era abastecido por postos de combustíveis controlados pela facção. No total, mais de 350 pessoas e empresas estão na mira da operação. Em Santa Catarina, ordens de busca e apreensão foram cumpridas em endereços de Itajaí e Criciúma. Os crimes investigados incluem adulteração de combustíveis, delitos ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.

Segundo a Polícia Federal, o PCC controlava várias etapas da cadeia de combustíveis, desde a importação irregular de metanol e outros produtos químicos pelo porto de Paranaguá até a adulteração e distribuição em mais de 1,2 mil postos pelo país.

Entre os principais nomes do esquema, está o empresário Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, apontado como epicentro da operação. Ele seria ligado às empresas G8Log e Aster/Copape, usadas para fraudes fiscais, ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. Outro envolvido, Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, é apontado como co-líder da organização criminosa.

De acordo com as autoridades, o grupo teria sonegado mais de R\$ 7,6 bilhões em impostos. Para mascarar o fluxo financeiro, os criminosos utilizavam fintechs, que permitiam movimentar os valores sem rastreamento. Parte dos recursos era direcionada a fundos de investimentos, compra de imóveis e participação em empresas, com o objetivo de legalizar o capital obtido de forma ilícita.