Na manhã de 30 de abril, dois coletores de lixo da Ponta Grossa Ambiental foram vítimas de um ataque violento de um pitbull durante o serviço na Vila Odete, em Ponta Grossa. O incidente, registrado por câmeras de segurança, expôs a vulnerabilidade desses profissionais diante de animais soltos nas ruas e reacendeu o debate sobre a responsabilidade dos tutores. Confira a entrevista completa:
Isaac, o primeiro a ser atacado, desceu do caminhão para coletar o lixo quando foi surpreendido pelo cachorro. “O Isaac pulou do caminhão para fazer a coleta, e o cachorro logo já veio por trás dele, pulou, derrubou e mordeu os dedos dele”, relatou Vinicius, colega de trabalho que presenciou a cena e correu para socorrê-lo. “Ele começou a gritar, pedir ajuda, e o motorista buzinou para me avisar. Quando voltei, o cachorro já estava mordendo os dedos dele. Se não fosse a luva, tinha arrancado os dedos dele”, completou Vinicius.
No desespero, Vinicius usou sacos de lixo para tentar afastar o animal e conseguiu, mas acabou também mordido no braço. “A primeira coisa que pensei foi bater com o lixo para tentar fazer o cachorro soltar dele”, contou. Ambos sofreram ferimentos – Isaac na mão e Vinicius no braço – e precisaram de atendimento médico, sendo liberados após passarem pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
O socorro imediato foi prestado apenas pelos próprios colegas de trabalho. “No ato ali mesmo, foi só nós dois. Depois que já tínhamos quase imobilizado ele no chão, aí começou a aparecer bastante gente e o dono do cachorro veio e pegou ele”, explicou Vinicius. O tutor do animal alegou que só percebeu o ataque ao ouvir os gritos dos coletores. O caso foi registrado em boletim de ocorrência e está sendo investigado pela Polícia Civil, que já ouviu as vítimas e testemunhas.
O tutor responderá por lesão corporal culposa, conforme o artigo 129, §6º, do Código Penal, devido à negligência na guarda do animal. João Cardoso, coordenador de segurança da Ponta Grossa Ambiental, reforçou a orientação para que moradores mantenham os cães presos nos dias de coleta. “Eles têm treinamento para trabalhar com segurança, mas dependem da responsabilidade dos munícipes em manter os animais presos durante a coleta”, afirmou.