Sábado, 26 de Abril de 2025

Fisioterapeuta preso no PR fazia harmonização peniana de R$ 30 mil por R$ 4 mil e prometia aumento de 5 cm

2025-04-09 às 16:03
Foto: PCPR

O fisioterapeuta preso em Curitiba na última segunda-feira (7) após ser acusado de realizar procedimentos estéticos ilegais, incluindo a chamada “harmonização peniana”, cobrava entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil pelo procedimento, valor significativamente inferior aos valores cobrados por médicos habilitados, que podem ultrapassar R$ 30 mil. A prisão ocorreu após a denúncia de um paciente que sofreu necrose no órgão genital após o tratamento.

Em sua conta no Instagram, que conta com mais de 10 mil seguidores, o suspeito promovia os serviços e garantiu resultados como o aumento de até 5 centímetros no comprimento do pênis e a “liberação dos homens da insegurança”. Ele também alegava que o procedimento, realizado com ácido hialurônico, seria seguro e reversível, caso houvesse complicações.

Segundo a delegada Aline Manzatto, o fisioterapeuta foi detido enquanto atendia um paciente que viajou de Goiás até Curitiba, a mais de 1.300 km de distância. A Vigilância Sanitária verificou que os procedimentos eram realizados em uma clínica de fisioterapia pélvica, que foi interditada após a descoberta de diversas irregularidades. Entre os problemas encontrados estavam o armazenamento inadequado de produtos como Botox e ácido hialurônico, itens sem registro da Anvisa e condições de higiene precárias, como o descarte de lixo hospitalar com sangue no lixo comum.

Além disso, a polícia descobriu que o suspeito fazia com que os pacientes assinassem um termo de consentimento onde estava explicitado que os produtos utilizados no procedimento não tinham registro da Anvisa, o que configura uma prática dolosa. Para a Banda B, a delegada destacou que ele induzia os pacientes a aceitarem essas condições para dificultar que procurassem seus direitos em caso de problemas.

Embora formado em fisioterapia desde 2018, o suspeito alegava ser especializado em uroginecologia, uma especialidade médica que exige registro no Conselho Regional de Medicina. Ele responderá por falsificação de medicamentos, armazenamento e venda de produtos impróprios e exercício ilegal da medicina, com penas que podem totalizar até 22 anos de prisão.

A prisão ocorreu após um paciente que havia realizado o procedimento entre junho e julho do ano passado sofrer necrose parcial do órgão genital. Ele está atualmente em tratamento para tentar reverter os danos causados. A Polícia Civil aguarda laudo técnico para confirmar o impacto do produto utilizado.

Relembre: