Terça-feira, 16 de Setembro de 2025

Mulher confessa homicídio de recém-nascido em PG; laudo aponta uso de tesoura no crime

2025-09-16 às 10:32
Foto: Rafael Guedes/D’Ponta News/Arquivo

A Polícia Civil do Paraná, através do setor de homicídios da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa concluiu as investigações relacionadas ao homicídio do infante Gustavo Moreira, assassinado por sua genitora, logo após o parto, no dia 19 de agosto de 2025, na cidade de Ponta Grossa.

O caso teve início quando uma jovem de 19 anos procurou atendimento médico alegando inicialmente uma crise de hemorroidas, sendo descoberto pela equipe médica que ela havia passado por um parto recente, momento em que foi questionada e acabou informando que a criança teria nascido sem vida. Após investigações, foi constatado que a suspeita havia dado à luz a um recém-nascido e posteriormente praticado homicídio contra a criança.

Durante as investigações, a indiciada afirmou que não queria a criança pois o possível pai teria se negado a assumir a paternidade. Durante o inquérito, foram identificados três homens como sendo os possíveis genitores da criança, os quais forneceram material genético para confronto através de exame de DNA. Um deles, um adolescente de dezessete anos, informou que efetivamente teria sido procurado pela investigada, momento em que teria lhe dito que acreditava não ser o pai.

O laudo necroscópico confirmou de forma categórica que a criança havia nascido com vida e que a causa da morte foi traumatismo craniano provocado por objeto perfurocontundente, sendo identificada a utilização de instrumento compatível com tesoura, com presença de múltiplas perfurações distribuídas pelo corpo da vítima.

Com base nas provas coletadas, incluindo a confissão da suspeita ela foi indiciada pela prática dos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, com impossibilidade de defesa da vítima, praticado contra o próprio filho, além do crime de ocultação de cadáver.

O homicídio qualificado foi caracterizado pelo motivo torpe, consistente na intenção de manter sua vida de solteira e ocultar a gravidez de familiares e conhecidos, pelo meio cruel empregado através de múltiplos golpes que causaram sofrimento desnecessário à vítima, pela impossibilidade absoluta de defesa por parte do recém-nascido, por ter sido praticado contra menor de 14 anos e contra o próprio filho da investigada.

As investigações demonstraram de forma conclusiva que a suspeita possuía conhecimento prévio da gravidez, tendo inclusive realizado tentativas de aborto mediante uso de métodos abortivos. Durante todo o período gestacional, a investigada ocultou sistematicamente a gravidez de todos os familiares e conhecidos, criando justificativas elaboradas para o crescimento abdominal. A análise das evidências revelou que a suspeita agiu com dolo e premeditação.

O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário para apreciação do Ministério Público. As penas para os crimes praticados podem chegar a até 50 anos de prisão.

No vídeo abaixo o delegado Timossi detalha o caso:

da PCPR