Quarta-feira, 28 de Maio de 2025

Polícia Civil indicia nove pessoas após desvio de cerca de R$3,4 milhões de empresa de transportes de PG

2023-11-01 às 13:51
Foto: Divulgação

A Polícia Civil de Ponta Grossa concluiu nesta quarta-feira (01) as investigações envolvendo uma empresa da cidade que atua no ramo de agenciamento de fretes, da qual foram desviados cerca de R$3,4 milhões por um funcionário de 49 anos de idade.

De acordo com as investigações, o colaborador atuava na intermediação dos fretes, mantendo contato direto com os motoristas que realizavam os serviços de transporte. Assim, as empresas que necessitavam de fretes contratavam a empresa vitimada, a qual contatava o homem, que por sua vez indicava qual motorista realizaria o serviço.

O investigado inseria informações relativas ao transporte, emitia as notas fiscais, gerava Documentos Auxiliares do Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTEs) e indicava o motorista que seria responsável pelo serviço. Assim, a empresa vitimada realizava o pagamento antecipado dos valores devidos aos motoristas indicados pelo investigado, os quais lhe deveriam ser reembolsados posteriormente, acrescidos do seu lucro, pela empresa contratante após o recebimento do frete.

No entanto, de acordo com auditoria realizada pela empresa, o investigado inseriu, entre os meses de outubro de 2022 e janeiro de 2023, informações falsas no sistema, gerando 599 notas fiscais e DACTEs frias. Deste modo, a empresa realizou o pagamento antecipado do frete ao suposto motorista, mas o serviço, que não foi realizado, não foi reembolsado à empresa, o qual, em todo esse tempo, acumulou um prejuízo de cerca R$3,4 milhões.

Os valores indevidos foram repassados para contas bancárias dos motoristas que não trabalhavam no ramo, e de outras três empresas, que atuam no ramo de transporte, uma delas de propriedade do próprio investigado. Além do funcionário, outras oito pessoas foram incriminadas, sendo quatro mulheres de 25, 30, 33 e 41 anos de idade, e quatro homens, de 30, 37, 42 e 65 anos de idade.

Diante das evidências o Poder Judiciário decretou o sequestro dos bens do homem e dos envolvidos, e o bloqueio das contas bancárias, veículos e imóveis com o intuito de reparar o dano causado.

Nos interrogatórios realizados durante as investigações, os envolvidos prestaram informações distintas. Um grupo informou que desconhecia as movimentações irregulares operadas em suas contas, mas que conheciam o homem, sendo que este teria acesso aos seus documentos e dados pessoais, podendo tê-los utilizado para este fim. O outro grupo, por sua vez, informou que havia “emprestado” as suas contas bancárias ao homem para que este movimentasse valores, dando-lhes em contrapartida uma comissão, mas que não tinham conhecimento da origem do dinheiro. O funcionário negou a autoria dos fatos, induzindo que a situação não passa de um desacordo comercial.

O caso encaminhado ao Ministério Público e as pessoas envolvidas serão julgadas pelos crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos. Os terceiros, que receberam os valores, foram indiciados por haverem colaborado diretamente com os desvios constatados, pois ignoraram a origem dos valores que eram movimentados em suas contas bancárias.

Informações da Polícia Civil