Quinta-feira, 03 de Julho de 2025

Álvaro Dias apoia fusão entre PSDB e Podemos, mas alerta para desafios regionais

Em entrevista ao D'Ponta News, Senador defendeu redução de partidos, mas vê obstáculos nos acordos locais para consolidação da nova legenda
2025-06-05 às 21:01

A aprovação da fusão entre PSDB e Podemos, oficializada nesta quinta-feira (5) em Brasília, marca um movimento estratégico para o fortalecimento do centro democrático no país. Com a união, as siglas somam 28 deputados federais e 7 senadores, formando a sétima maior bancada da Câmara e a quarta do Senado. Apesar da relevância, o novo partido já anunciou que não terá candidatura própria à Presidência da República em 2026, optando por uma postura de independência e foco no Congresso.

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR), uma das principais lideranças envolvidas na fusão, manifestou apoio à redução do número de partidos no Brasil em entrevista ao D’Ponta News, mas fez questão de destacar que a consolidação da nova legenda enfrenta entraves regionais. “Olha, eu sempre defendi a redução do número de siglas partidárias no país. Temos um excesso, uma verdadeira anarquia partidária, muitas siglas, não temos partidos, temos siglas para registro de candidaturas. Por isso, em tese, sou amplamente favorável à fusão do Podemos com o PSDB. No entanto, há dificuldades, não é um assunto liquidado, na minha opinião, porque os acertos regionais colocarão à frente dificuldades. Vamos, portanto, aguardar”, afirmou Dias.

A fala do senador reflete o clima de cautela entre dirigentes das duas legendas, especialmente em estados como o Paraná, onde a nova legenda reunirá figuras de diferentes espectros políticos, como Cristina Graeml (bolsonarista), o próprio Álvaro Dias (identificado com a Lava Jato) e Beto Richa (crítico da Lava Jato). Esse cenário pode gerar disputas internas e complexidade na acomodação de interesses locais.

A fusão, aprovada por 201 votos a favor, dois contrários e duas abstenções pelo diretório nacional do PSDB, ainda precisa passar pela convenção do Podemos e ser homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O acordo prevê rodízio na presidência entre lideranças das duas siglas e busca superar a cláusula de barreira, garantindo acesso ao fundo partidário e tempo de TV.