O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palácios, participou de audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8) e informou que 86% das questões do primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2023 foram elaboradas entre 2019 e 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Palácios foi convocado à casa de leis, após o ENEM ser alvo de ataques de políticos de direita e da bancada ruralista do Congresso, que havia divulgado uma nota na segunda-feira (6) apontando um viés ideológico em três perguntas e respostas aplicadas aos estudantes e pedia a anulação das questões da prova.
O predidente do Inep rebateu as críticas e negou qualquer viés político na prova. Segundo ele, as questões da prova são elaborados por professores da educação básica e universitários selecionados por meio de chamada pública, em edital publicado em 2020, durante o governo Bolsonaro.
Durante a reunião, parlamentares aliados a Bolsonaro voltaram a criticar o Exame. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou que vai punir a sua filha adolescente de 17 anos se ela tirar uma boa nota no Enem. Segundo o parlamentar, pessoas que tiverem um desempenho positivo na avaliação são “avatares ideológicos”.
Nas redes sociais, a deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT), comentou sobre o assunto. “Além de reafirmar o óbvio, deixando claro que o exame não demoniza o agronegócio, como acusam ruralistas. Mas ainda sim tem deputado bolsonarista falando que irá punir a filha se tirar nota boa no Enem. Não aprendem nunca”, diz.
