A ministra Gleisi Hoffmann comemorou, nesta quarta-feira (26), a sanção do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês, além de criar um desconto progressivo para rendas de até R$ 7.350. No Paraná, 846 mil pessoas passam a integrar o grupo de isentos.

“É um importante passo na direção da justiça tributária, num país em que os mais ricos sempre tiveram seus privilégios intocados. Grande dia”, afirmou Gleisi, que participou da cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida consolida uma das principais promessas de campanha de Lula e reforça o compromisso do governo com a correção das distorções históricas do sistema tributário. No início do mandato, o presidente já havia garantido isenção para quem recebia até dois salários mínimos. Com o novo limite, o governo aprofunda a política de justiça social, combinando isenção para os que ganham menos e cobrança maior sobre rendas elevadas.

Os números divulgados mostram o alcance da mudança. A isenção para até dois salários mínimos já acrescentava 1,9 milhão de brasileiros à lista de isentos. Agora, com a ampliação para R$ 5 mil, mais 11,3 milhões de trabalhadores deixam de pagar o imposto a partir de 2026. Outros 5,7 milhões de contribuintes, com rendas entre R$ 5 mil e R$ 7.350, passarão a ter descontos progressivos.

Somadas todas as faixas, mais de 25 milhões de brasileiros serão beneficiados.

O impacto direto no bolso também é significativo. Para quem deixa de pagar o imposto, a economia mensal pode chegar a R$ 313, o que representa R$ 4.067 ao ano, valor suficiente para comprar sete cestas básicas na Bahia, cobrir dez vezes o custo médio de material escolar ou pagar mais de 800 passagens de ônibus em São Paulo.

Os efeitos da medida serão sentidos em todas as regiões do país. Só no Sudeste, milhões entram na faixa de isenção, incluindo 3,7 milhões em São Paulo e 861 mil no Rio de Janeiro. No Sul, os beneficiados ultrapassam 849 mil no Rio Grande do Sul e 846 mil no Paraná, enquanto a Bahia e Pernambuco concentram, respectivamente, 420 mil e 276 mil novos isentos no Nordeste.