Um estudo feito em 2014 sobre a viabilidade técnica para ampliação do Aeroporto Comandante Antonio Amilton Beraldo (Sant’Ana) foi divulgado nesta quarta-feira (12). O documento, acessado pela equipe do D’Ponta News, previa investimentos de até R$ 261 milhões para expandir a capacidade do terminal. O prefeito da época, Marcelo Rangel, afirmou que o documento é público e serviu de base para grandes avanços no local, incluindo a chegada da Azul em 2016. “Nós utilizamos todas as informações desse estudo para estruturar o aeroporto, fazendo diversas mudanças e realizando um novo estudo sobre a presença dos ATR72 [modelo usado pela Azul] ainda na época”, disse ele.
Segundo Marcelo Rangel, a pesquisa de viabilidade técnica foi encomendada e paga pelo Governo Federal, sendo realizada em todo o país. O estudo tinha como objetivo analisar se o município teria capacidade de suportar aeronaves Boeing 737 ou Airbus A319, mas devido à capacidade e extensão da pista, foi apontado que isso só seria possível com um investimento superior a R$ 200 milhões na época. “Utilizamos todos esses dados técnicos para avançar, mas foi necessário um novo estudo encomendado por mim para verificar se a cidade tinha capacidade de atender a modelos menores”, disse o atual deputado e ex-prefeito de Ponta Grossa, afirmando que a pesquisa federal foi usada como base para tornar o aeroporto rentável e tecnicamente viável.
Rangel também mencionou que, de fato, não se lembrava de questões técnicas relacionadas a esse documento federal, devido ao tempo passado e à quantidade de pesquisas realizadas nos 11 anos seguintes. “Não nos limitamos a apenas uma pesquisa, realizamos vários estudos para viabilizar o Aeroporto Sant’Ana”, detalhou ele, ao afirmar que o orçamento da cidade era de pouco mais de R$ 400 milhões e que trabalhou muito para tornar o local funcional para aeronaves menores e mesmo cumprir com as especificações que o local demandava para voos comerciais. “Essa, com certeza, foi a minha obra mais difícil como prefeito. Infelizmente, depois que eu saí, o aeroporto se tornou um gasto”, afirmou o ex-prefeito.
Quanto à saída da Azul, Marcelo disse estar bastante triste com a informação e que espera o melhor desfecho possível para a história. “Eu fico vendo os aeroportos do Paraná todos crescendo enquanto o de Ponta Grossa segue estagnado. Estou em Cascavel, onde o aeroporto cresce em linhas aéreas”, disse, mencionando também que Ponta Grossa é a única cidade do estado que deixará de receber voos da Azul, e que isso significa algo ruim para a cidade e para toda a região.