A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, respondeu nesta quarta-feira (07) às críticas da oposição relacionadas às denúncias de descontos ilegais aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As declarações da ministra foram publicadas em suas redes sociais após a repercussão da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em 23 de abril, que investiga supostas fraudes em associações conveniadas ao INSS. A operação teve como base uma série de reportagens publicadas pelo portal Metrópoles a partir de dezembro de 2023. As matérias revelaram irregularidades em filiações e aumentos expressivos na arrecadação de entidades, que teria chegado a R$ 2 bilhões em um ano, segundo o portal.
As apurações levaram à abertura de inquéritos pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), e resultaram nas exonerações do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Em sua manifestação, Gleisi Hoffmann atribuiu a origem do esquema ao governo anterior. Segundo ela, foi durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que “quadrilhas criaram entidades fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir sua ação”.
A ministra também destacou que órgãos vinculados à gestão Bolsonaro, como o INSS, o Ministério do Trabalho e Previdência e a Secretaria da Previdência, não teriam cumprido uma medida provisória de 2019 que determinava a exigência de autorização individual para descontos em folha.
Ela ainda lembrou que a revogação da exigência de autorização individual foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente em 2022.
Gleisi afirmou que as ações efetivas contra o esquema só foram tomadas na atual gestão. “Foi apenas no governo Lula que a Polícia Federal e a CGU enfrentaram as quadrilhas e as entregaram à Justiça. O governo está trabalhando para que o mais rápido possível essas entidades respondam pelo que fizeram e façam o ressarcimento devido aos aposentados. As quadrilhas e as associações fraudulentas terão de devolver tudo que roubaram”, declarou.