O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, como nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A decisão marca uma mudança estratégica no governo, substituindo Alexandre Padilha, que assumiu o Ministério da Saúde. A SRI é responsável pela articulação entre o Executivo e o Congresso Nacional, um papel crucial para a governabilidade.
A nomeação de Gleisi Hoffmann reflete a intenção de Lula de manter um aliado próximo em um ministério central para o diálogo com o Legislativo. Gleisi é considerada uma figura de confiança do presidente, especialmente por sua atuação durante a Operação Lava Jato, quando liderou o PT em defesa das bandeiras partidárias. No entanto, sua escolha enfrenta resistência tanto no centrão quanto em setores não petistas da base governista. Críticos apontam que ela não possui perfil “aglutinador”, algo que poderia dificultar votações importantes no Congresso.
A decisão ocorre em meio a uma reforma ministerial que busca fortalecer a governabilidade e reorganizar forças políticas. Apesar disso, analistas avaliam que as mudanças dificilmente garantirão alianças sólidas para as eleições de 2026, já que a popularidade do governo será um fator determinante para atrair apoios futuros.
Com a entrada de Gleisi, o governo volta a ter 10 mulheres entre os 38 ministérios. Essa mudança também abre espaço para uma reestruturação interna no PT, já que Gleisi deverá deixar a presidência do partido antes das eleições internas previstas para julho deste ano. Lula planeja entregar o comando da sigla ao ex-prefeito Edinho Silva, alinhando o partido a uma postura mais moderada.
