Através das redes sociais, a deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, falou sobre a revelação de que Deltan Dallagnol negociou em sigilo com os EUA um acordo pra dividir o dinheiro cobrado da Petrobras em multas e penalidades. A parlamentar considera que a ação do ex-deputado, que teve seu mandato cassado no início de junho, é “mais um dos desmandos da Lava Jato”. Ela complementa afirmando que a operação “feriu o estado de direito e a democracia brasileira com o ex-juiz parcial no comando”. “Quem bajulou Moro e cia, contribuindo com o bolsonarismo, devia estar agora com muita vergonha”, finalizou a deputada.

Crítica da operação desde seu princípio, Gleisi diversas vezes apontou incongruências nas ações realizadas pelos participantes da mesma. Ainda em 2017, a deputada alertou que a Lava Jato estava desestruturando a política e que ela geraria aventureiros nas eleições do ano seguinte.

Entenda

A denúncia de que Deltan Dallagnol negociou com autoridades dos Estados Unidos, em sigilo, um acordo para dividir o montante que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por conta de corrupção, no âmbito da Operação Lava Jato, foi feita pelos jornalistas Jamil Chade, do UOL, e Leandro Demori, da newsletter A Grande Guerra, nesta quinta-feira (20). O acordo envolvendo procuradores brasileiros e suíços teria sido realizado através do Telegram e não teria passado pela Controladoria Geral da União, órgão responsável pelo caso, segundo a lei. Até o momento, o ex-deputado não se pronunciou sobre o assunto.

Em janeiro de 2016, Deltan teria escrito aos suíços para dar um retorno sobre as negociações com as autoridades norte-americanas. Anos depois, Petrobras e EUA fechariam um acordo onde seriam desembolsados cerca de R$ 4 bilhões (equivalente a US$ 853,2 milhões) na cotação atual, para que os EUA não fossem processados. Parte do valor obtido foi destinado a um fundo privado que a própria Lava Jato tentou criar, porém, sem êxito.