Durante pronunciamento na CPI do MST, nesta terça-feira (08), a deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, voltou a apontar a parcialidade com que o tema está sendo debatido. “Não há honestidade intelectual ou de qualquer investigação nessa comissão. A maioria esmagadora dessa comissão vem dos setores mais atrasados do agronegócio brasileiro. Gente que defende arma e defendem o que chamam de propriedade mesmo sendo griladas. O agronegócio sério não precisa de capangas nem de armas. Aqueles que desejam grilar terras, desrespeitar as leis do país, é que necessitam fazer uso de capangas”, declarou a parlamentar após apontar números de requerimentos e audiências públicas realizadas.
“A população conhece o MST, sabe de sua luta e da sua produção. O relatório que vai ser apresentado aqui estará frustado, quero deixar registrado isso novamente, pelas ilegalidades, informalidades e abusos da maioria dessa comissão, inclusive no quesito de audiências públicas com pessoas convidadas ou convocadas. E a maioria das audiências feitas aqui são do PL ou dessa base que apoia esse agronegócio atrasado, não o agronegócio sério”, aponta a deputada. Gleisi complementa afirmando que “essa CPI não procede de forma a possibilitar as audiências das diversas correntes de opinião, perdendo assim toda sua legitimidade e credibilidade”.
Ainda conforme a deputada, existe uma parcela de trabalhadores do setor que opera seguindo a lei e que precisam ser contemplados com medidas de apoio do governo. “O agronegócio sério precisa de políticas públicas e crédito, coisa que o governo do presidente Lula está oferecendo nesse Plano Safra, com crédito de 460 bi, o maior da história que nós já tivemos, com juros subsidiados de 8 a 12%”, pontua.
Os apontamentos sobre ilegalidades na CPI do MST realizados nesta terça-feira não são os primeiros feitos por Gleisi. Em junho a parlamentar já havia questionado fragilidades no relatório de diligência da comissão. Na época, a deputada afirmou que o objetivo da CPI era criminalizar o Movimento Sem Terra e a reforma agrária.