Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025

O que a CPI da Sanepar vai investigar em Ponta Grossa? Entenda

Comissão conta com diversos vereadores, incluindo Mazer e Joce Canto, para investigar empresa de fornecimento de água
2025-02-19 às 18:56

A Câmara Municipal de Ponta Grossa instaurou, nesta quarta-feira (19), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades nos serviços prestados pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). A decisão ocorre após uma série de reclamações da população sobre falhas no abastecimento de água e questionamentos relacionados à gestão da companhia.

Motivações para a CPI

A abertura da CPI foi motivada por problemas recorrentes no fornecimento de água em diversas regiões da cidade, como Jardim Esplanada, Vila Leila Maria e Vila Nossa Senhora das Graças. Essas localidades enfrentaram interrupções no abastecimento devido a falhas técnicas em estações de bombeamento. Além disso, críticas foram levantadas sobre a falta de investimentos na infraestrutura e a transparência na aplicação dos recursos arrecadados por meio das tarifas.

O contrato da Sanepar com o município, renovado até 2048 sem consulta prévia à população, também está sob análise. Os vereadores pretendem verificar se os termos contratuais estão sendo cumpridos, incluindo prazos e execução de obras, além de avaliar a qualidade da água, o tratamento de esgoto e a viabilidade econômica das operações.

Composição e objetivos da CPI

A CPI será presidida pelo vereador Guilherme Mazer (PT), com Joce Canto (PP) como relatora. Os vereadores Geraldo Stocco (PV), Leandro Bianco (Republicanos) e Léo Farmacêutico (União) também integram a comissão. O grupo terá um prazo inicial de 90 dias para conduzir as investigações, podendo convocar testemunhas, requisitar documentos e realizar diligências. Caso necessário, o prazo poderá ser prorrogado.

Entre os principais objetivos da CPI estão:
– Apurar falhas no abastecimento de água.
– Avaliar os investimentos realizados pela Sanepar e sua eficácia.
– Garantir transparência na aplicação dos recursos arrecadados.
– Verificar possíveis irregularidades ou omissões no cumprimento do contrato.

Contexto e críticas

A crise hídrica em Ponta Grossa tem gerado insatisfação entre os moradores. Muitos criticam a cobrança regular das tarifas enquanto enfrentam interrupções constantes no fornecimento. O vereador Guilherme Mazer destacou que “o povo não pode ficar esperando com o talão na mão, enquanto passa o fim de semana sem água”. Já Joce Canto relembrou que desde 2015 havia previsão para captar água do Rio Tibagi, mas nenhuma ação foi concretizada.