Quarta-feira, 06 de Agosto de 2025

Partido abre processo contra vereadora da base de Elizabeth após voto contrário ao aumento do IPTU

Enfermeira Marisleidy teria se posicionado de maneira contrária às orientações da legenda, após denunciar 'perseguição do Poder Executivo'
2025-08-05 às 22:35
Foto: Reprodução

O Partido da Mulher Brasileira (PMB), por meio de sua direção estadual, anunciou nesta terça-feira (05) a intervenção no diretório municipal de Ponta Grossa, após declarações públicas da vereadora Enfermeira Marisleidy Rama durante a última sessão da Câmara Municipal, na quarta-feira (30).

A parlamentar, que integra oficialmente a base aliada da prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil), teria se posicionado de maneira contrária às orientações da legenda, motivando a abertura de um processo administrativo.

A comissão interventora foi formalmente registrada no Tribunal Superior Eleitoral com vigência de 04 de agosto a 31 de dezembro de 2025. O presidente estadual do PMB, Danilo D’Ávila, nomeou o secretário-geral da legenda no Paraná, Marcelo Borges de Sampaio, como presidente interventor responsável pela apuração dos fatos.

“É nossa obrigação zelar pela coerência ética e programática do partido. A postura da vereadora, além de contradizer orientações previamente definidas, pode configurar infração ao Estatuto Nacional do PMB, o que demanda investigação rigorosa”, afirmou Marcelo Sampaio.

 

Entenda o caso

A polêmica começou após a exoneração de 29 servidores comissionados pela Prefeitura de Ponta Grossa, todos ligados a gabinetes de vereadores que votaram contra o projeto do Executivo que visava aumentar o valor venal dos terrenos urbanos — uma medida amplamente criticada pela população.

Entre os parlamentares que se posicionaram contra a proposta está a vereadora Marisleidy Rama, filiada ao PMB, e que, até então, integrava formalmente a base governista. O voto contrário teria sido considerado” uma quebra de acordo político e programático, em desacordo com a linha definida pela legenda em nível municipal e estadual”.

A direção estadual do partido destaca que a conduta da vereadora será avaliada no Estatuto Nacional do PMB, que prevê punições para atos que envolvam infidelidade partidária, desobediência às diretrizes da bancada, e comportamento que possa denegrir a imagem do partido.

Dentre os dispositivos citados no documento enviado ao diretório municipal de Ponta Grossa, estão:

Art. 10, VIII – Votar conforme as diretrizes partidárias;

Art. 11, III – Desobedecer deliberações da bancada legislativa;

Art. 11, IX – Denegrir a imagem do Partido;

Art. 17, V – Votar contra os interesses ou determinações do Partido.

 

Próximos passos

O interventor estadual terá até o final de 2025 para concluir o relatório que será enviado ao Conselho de Ética e Disciplina do partido. Caso as infrações sejam confirmadas, poderá ser aberto processo formal por infidelidade partidária e quebra de decoro, o que pode inclusive resultar na expulsão da vereadora e pedido de cassação de mandato, conforme determina a legislação eleitoral.

“O fortalecimento do nosso partido depende da coerência entre discurso e prática. A omissão ou permissividade diante de infrações claras enfraquece a legenda e compromete o projeto político coletivo. A intervenção é um instrumento legítimo previsto no estatuto e será conduzida com responsabilidade, legalidade e respeito à ampla defesa”, disse o PMB em nota.

 

Defesa

O D’Ponta News entrou em contato com a vereadora, mas não obteve retorno até o momento. O espaço está aberto e, assim que houver manifestação por parte da parlamentar, a reportagem será atualizada.

 

por Carlos Augusto, com assessorias