Em entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero, na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (4), o advogado Elizeu Kocan, pré-candidato a prefeito de Ponta Grossa pelo Partido Solidariedade (SD), explicou por que decidiu sair dos bastidores da política e disputar o pleito em 2024. O advogado, de 41 anos, atua na área de direito eleitoral e já coordenou, por exemplo, a campanha de Márcio Pauliki à Prefeitura em eleições anteriores.
Kocan vinha prestando assessoria jurídica a Pauliki desde 2011. “Quando o Márcio [Pauliki] assumiu o compromisso de tocar as empresas [Grupo MM] com a família dele e virou o CEO do MercadoMóveis, tive uma conversa bem longa com ele e com família dele e o Márcio disse que não vai sair candidato. Eu falei: ‘Márcio, vou colocar meu nome à disposição e começar a construir um projeto para a cidade de Ponta Grossa. Não tem como deixarmos de discutir os próximos 20, 30 anos de nossa cidade‘”, conta, sobre a “virada de chave” em que decidiu se candidatar.
“No momento em que vivemos, precisamos dar uma contribuição social com a cidade, com os Campos Gerais e até mesmo com o Paraná. Precisamos de renovação na política. Isso é muito importante, para termos novas ideias, novos projetos“, diz. Com quase 15 anos de atuação jurídica, num escritório consolidado, que atua essencialmente no direito eleitoral e administrativo, Kocan nasceu em Matos Costa (SC), mas foi em Ponta Grossa que ele cresceu e ganhou projeção, inicialmente, no Movimento Estudantil, como aluno do Colégio Estadual Regente Feijó.
“Agora, vou ter oportunidade de colocar em discussão meu nome em um projeto para a cidade de Ponta Grossa. Vamos iniciar uma caminhada, voltando a caminhar nos trilhos da política. Me afastei por um tempo, por causa da consolidação do escritório e de constituir família. Agora, estou voltando a participar e fazer, efetivamente, política partidária, até mesmo, me colocando à disposição para as eleições de 2024“, justifica.
Kocan afirma que a decisão em pleitear a chefia do Executivo veio, também, do apoio recebido pelas lideranças estaduais do Solidariedade, como o ex-deputado federal e ex-prefeito de Pinhais, Luiz Goulart (Professor Luizão) e o deputado estadual Alisson Wandscheer. “Fui atrás do [Diretório] do Solidariedade no Estado do Paraná, conversei com eles, contei do projeto de Ponta Grossa e nos Campos Gerais e eles nos incumbiram dessa responsabilidade. Nessa semana, saiu a comissão do Diretório Provisório e a direção municipal daqui de Ponta Grossa já está em ordem e já estou organizando o partido”, diz.
Segundo ele, ser dirigente partidário é uma responsabilidade muito grande, independente do porte da cidade, uma vez que o trâmite vai ser o mesmo. “Você tem que constituir diretório; filiar os pré-candidatos; cuidar da prestação de contas; cuidar da questão contábil, jurídica e do CNPJ desses partidos”, diz.
O advogado comenta que, hoje, os partidos são geridos praticamente como empresas e houve uma mudança na dinâmica partidária e o direito eleitoral evoluiu muito quanto à prestação de contas e a constituição dos diretórios. “Há todo um aparato que precisa ser observado e respeitado. E o Solidariedade, nesse ponto, saiu na frente e se organizou e tem discutido isso em nível estadual, com formação dos dirigentes para alguns requisitos que terão que ser cumpridos durante essa caminhada. Acredito que os demais partidos também vão nessa linha, pois, com a reforma política que teve, se formos analisar, temos 12 ou 13 partidos que terão fundo partidário e tempo de TV. De 30 e poucos partidos, já caiu para 12. A tendência, nos próximos anos é que esse número encolha ainda mais.
Kocan observa que, no entanto, ainda que o espaço na TV para a propaganda eleitoral tenham se reduzido, as redes sociais ganharam importância nesse cenário, da mesma forma que a discussão política cresceu nesse ambiente. “Vamos começar a fazer alguns podcasts e vídeos referentes a essa questão do direito eleitoral partidário e falar de direito público municipal. Tenho formação e sou pós-graduado nisso e estou agora começando uma segunda especialização, em Direito Público Municipal”, diz.
“Se você for analisar, hoje, orçamento, legislação, a condução da saúde, do social, mobilidade urbana, o candidato tem que apresentar um projeto viável, onde, ao mesmo tempo em que ele defenda o programa de governo que ele apresenta na eleição e que tenha viabilidade de executar depois de eleito”, argumenta. Conforme Kocan, sem um programa de governo bem elaborado e pautado em viabilidade, permanece a velha lógica da administração pública de promessas de campanha não cumpridas e pelas quais o eleito é cobrado.
Outro ponto evidenciado pelo pré-candidato ao Executivo é que os postulantes devem considerar que, independente da inclinação política, o cidadão quer ser bem atendido e ver seus problemas resolvidos. “Ele quer chegar na UPA sem precisar ficar de oito a 10 horas para ser atendido. Ele quer que sua rua, no dia de calor, não tenha tanto pó e, no dia de chuva, não tenha barro”, exemplifica.
Aliás, por falar em UPA, Kocan acredita que uma cidade do porte de Ponta Grossa precisava ter mais duas unidades para dar conta da demanda que, segundo ele, não tem sido adequadamente suportada pelas UPAs Sant’Ana e Santa Paula, que estão sobrecarregadas, em sua avaliação. Para ele, devia haver mais duas UPAs: uma em Uvaranas e outra na Nova Rússia. Nesses dois bairros, hoje, há os antigos Centros de Atenção à Saúde (CAS), anexos aos terminais de ônibus, que hoje funcionam como Unidades Básicas de Saúde, da mesma forma como ocorre junto ao Terminal Oficinas. “O grande problema é o custo de se manter isso. Os prefeitos, os gestores, têm reclamado muito sobre o elevado custo. Mas, para salvar uma vida, não tem preço”, afirma.
O pré-candidato acredita que outro problema da administração pública na atualidade diz respeito às terceirizações. “A terceirização tem contrato bem fechado, mas que, ao mesmo tempo, não é cumprido. Se você for pegar os pormenores que a terceirizada tem com a Saúde e, se for cobrar a fundo que eles executem no que está escrito no contrato, na obrigação que ele tem, a terceirizada iria prestar um serviço de qualidade”, analisa.
“A primeira conversa que tive antes de pleitear esse projeto de minha candidatura a prefeito em Ponta Grossa foi com a minha esposa, doutora Dayane Pereira Paiva. Tive uma conversa com ela e com meus filhos, Maria Rita e Miguel, para discutirmos que precisávamos apresentar um projeto diferente para a cidade. Ela me deu a bênção dela e o apoio. Quando você tem o apoio da tua família, já é meio caminho andado“, comenta. Ele é casado com Dayane há 14 anos e é pai de Maria Rita, de 13 anos e Miguel, de 12.
Com a esposa, ele partilha a profissão e toda uma caminhada social e pastoral na Paróquia Santa Terezinha, na Pastoral da Família.
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Ponto de Vista
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.