Com exclusividade ao Ponto de Vista, programa apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (2), o deputado federal Ricardo Barros, tesoureiro-geral da Executiva Nacional do Progressistas (PP), analisou o resultado das Eleições Municipais 2024 e lançou as primeiras perspectivas para o pleito de 2026.
Barros viajou nesta semana a Brasília, onde acompanhou a movimentação em torno da sucessão da Presidência da Câmara dos Deputados. “Uma boa parte dos partidos já apoia nosso candidato, o deputado Hugo Motta (Republicanos – PB). A questão política ainda é um pouco complexa. O União Brasil ainda não aderiu; o [Gilberto] Kassab [presidente do PSD] também não, o [deputado federal] Antônio Brito (PSD-BA), candidato do PSD, continua na disputa e o Elmar Nascimento (União-BA) ainda não se apresentou para apoiar o Hugo Motta. O PL também ainda não se posicionou, em função da questão da anistia ao 8 de janeiro, mas, no Senado, já apoiou Davi Alcolumbre [para a sucessão a Rodrigo Pacheco]. Lá no Senado, o pedido do PL é o impeachment do ministro do Supremo [Tribunal Federal, Alexandre de Moraes]. Tem uma série de negociações em andamento. O governo ainda, um pouco, com dificuldades na economia; esse adiamento no anúncio do corte de gastos causou uma disparada do dólar e nós temos problemas, porque sabemos a dificuldade que o Partido dos Trabalhadores tem para tratar dessa pauta de corte de gastos, especialmente porque o gasto maior da União é pessoal. Precisamos acompanhar com muita calma a evolução deste processo de ajuste fiscal, que o governo federal tem resistido tanto em consolidar, e também a negociação com o Supremo, para a liberação das emendas parlamentares, que também não têm evoluído adequadamente”, pondera.
Para o tesoureiro-geral do Progressistas, o resultado das Eleições Municipais de 2024 refletem que a polarização não é a preferência do eleitorado. “Tivemos poucos prefeitos eleitos pelo Partido Liberal e quase nenhum pelo Partido dos Trabalhadores. Tivemos uma prevalência do Centro: primeiro o PSD; depois, o MDB, Progressistas, Republicanos. O Centro é quem, de fato, tem a grande maioria dos prefeitos do Brasil, como tem, também, a grande maioria dos parlamentares e dos governos. Estamos aí numa posição mantida de que o Centro é que tem a decisão sobre as grandes questões do país e do Congresso. Isso se reflete nas alianças de governo: ganha a esquerda, o governo é centro-esquerda; ganha a direita, o governo é centro-direita. Mas quem governa mesmo é o Centro“, analisa.
No Paraná, o Progressistas (PP) foi o segundo partido que mais elegeu prefeitos em 2024: 61, ficando atrás, apenas, do PSD, que terá 164 das 399 Prefeituras paranaenses a partir de 2025. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o PP possui, atualmente, 21 Prefeituras no estado. “Fizemos 61 prefeitos, 52 vice-prefeitos, 543 vereadores. Temos cinco deputados federais, sete deputados estaduais. Somos a segunda força política do estado, sem nenhuma dúvida sobre essa posição. Estamos aliados ao governador Ratinho Junior (PSD), temos uma Secretaria no Governo do Estado [a de Indústria, Comércio e Serviços]. Somos aliados ao Eduardo Pimentel (PSD), prefeito eleito de Curitiba, e temos uma posição muito forte. Em Maringá [onde foi eleito Silvio Barros], vencemos a eleição no 1º turno, com 65%, na oposição, portanto, uma vitória muito significativa politicamente. O partido está aí. A Maria Victoria, nossa presidente estadual, já prestou contas destes números para a população, na tribuna da Assembleia. Nós estamos felizes, porque ficamos com uma chapa fortíssima para candidatos a deputado estadual e federal, por conta tanto dos vice-prefeitos que podem concorrer e quanto de prefeitos que concorreram e não se elegeram e dos que se elegeram e vão apoiar candidatos do partido. Então, é uma posição muito privilegiada a do Progressistas para a eleição de 2026, tendo também nomes para concorrer ao Senado – Pedro Lupion tem interesse de concorrer ao Senado, a Cida Borghetti pode concorrer ao Governo. Temos outros nomes no partido e outros que poderão vir, também. O [deputado federal Dilceu] Sperafico (PP-PR) tem interesse em ser candidato a vice-governador. Temos um quadro amplo, com o Marcelo Belinati, que saiu com alta aprovação em Londrina. Temos quadros, temos possibilidades para fazer chapa pura ou para fazermos uma aliança boa em 2026, embora a chapa de deputados não se beneficie de uma aliança”, observa.
A formação de alianças partidárias não influencia as eleições proporcionais, frisa Barros, tendo em vista que não existem mais coligações fora dos cargos majoritários. “Nossa chapa vai concorrer com suas próprias forças”, salienta. Para o Governo do Estado, ele também não considera essas alianças. “O que está agitando a política do Estado é o fato de o governador Ratinho Junior estar finalizando que pode ser candidato a presidente; o Ronaldo Caiado [governador de Goiás, pelo União Brasil] pode ser candidato a presidente; o [ex-presidente Jair] Bolsonaro candidato a presidente. As forças políticas do Paraná vão se dividir. Poderia ser uma ampla articulação, mas por conta da necessidade de dar palanque aos candidatos a presidente, teremos uma possibilidade de divisão maior nas forças do Estado, por conta da eleição presidencial”, opina. Para as eleições ao Governo do Estado, como Ratinho Junior já é reeleito, “tudo pode acontecer” a depender de quem ele escolha apoiar a candidatura para sua sucessão.
“A eleição só perde quem não disputa. Quem disputa ganha amigos, ganha experiência e ganha, eventualmente, a oportunidade de servir à população”, analisa. Barros compara as eleições ao mercado: “Você precisa investir na sua marca. A candidatura da Maria Victoria em Curitiba foi exitosa, porque ela conseguiu uma imagem muito forte, foi a melhor nos debates, foi a melhor nas sabatinas, o melhor programa de televisão [programa eleitoral gratuito]. A candidatura da Mabel [Canto, da coligação Cidadania/PSDB/PP, em Ponta Grossa] foi muito importante. Mabel será colega nossa do Progressistas. Foi uma candidatura que cresceu durante o 2º turno, aumentou o número de eleitores [de 51.338 para 83.064]”, diz.
Em Londrina, Barros aponta que a candidata Professora Maria Tereza também ampliou a margem de votos em relação ao 1º turno e se aproximou bastante do eleito, Tiago Amaral (PSD). No 1º turno, Maria Tereza recebeu 62.590 votos e, no 2º, chegou a 111.464, aproximando-se de Amaral, que obteve 143.745. No 1º turno, o candidato do PSD tinha ficado com 113.032 votos. “São lideranças que, muito bem votadas no 2º turno, tendem a ser muito bem votadas para deputado e ajudam o projeto do partido de eleger vários parlamentares, que é o que funciona no Brasil para o fortalecimento de partidos. Quem nos dá o tempo de televisão e o fundo partidário é o número de deputados federais. Quanto mais tivermos lideranças capazes de ter votação expressiva – em Ponta Grossa, por exemplo, teremos o [ex-prefeito e ex-deputado estadual] Jocelito [Canto] ou a [vereadora reeleita] Joce Canto, que é mais provável ser nossa candidata a deputada federal e a Mabel para estadual. Faremos uma votação histórica do partido, em Ponta Grossa, que nunca tivemos antes”, aposta. Em Londrina, a expectativa é de que Maria Tereza seja candidata a deputada estadual e Marcelo Belinati, a federal.
“Todo investimento em eleição traz bons frutos para o futuro. Temos eleições a cada dois anos, não precisamos nos preocupar com o resultado desta eleição, temos que nos preocupar com o que plantamos para as futuras eleições”, conclui.
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.