Neste sábado (17), a Band Paraná realizou o primeiro debate eleitoral com os cinco candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa. O evento foi transmitido pela emissora de televisão e retransmitido pelo Portal D’Ponta News e pela rádio Lagoa Dourada FM 105,3.
O debate foi dividido em três blocos. Cada bloco contou com uma rodada de perguntas, respostas, réplicas e tréplicas, onde cada candidato pôde fazer uma pergunta e responder quantas vezes fosse acionado. No terceiro e último bloco, além das perguntas, os candidatos também fizeram suas considerações finais.
Em cada pergunta, o candidato tinha o tempo de 30 segundos; nas respostas, tempo de 1 minuto e 30 segundos; nas réplicas, tempo de 1 minuto e tréplica, tempo de 30 segundos. A ata da reunião foi protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR).
Confira os destaques:
Como primeira candidata a se apresentar, escolhida através de sorteio, Elizabeth Schmidt (União Brasil) declarou que merece os votos dos cidadãos ponta-grossenses, pois, em seu mandato, apresentou soluções, mesmo com um ano a menos de governo, devido à pandemia, e “mesmo abandonada pelos aliados. E consegui fazer muito mais que muitos prefeitos em oito anos”, declarou a atual prefeita.
O deputado estadual, candidato e ex-prefeito da cidade por duas vezes, Marcelo Rangel (PSD), sorteado para a primeira pergunta, ressaltou o apoio do governador Ratinho Junior e do ex-presidente Jair Bolsonaro ao seu grupo político, escolheu o deputado federal e candidato Aliel Machado (PV), ressaltou também o apoio de Lula ao concorrente e questionou se o presidente virá a Ponta Grossa. Em sua resposta, Aliel disse: “Eu tenho apoio do Governo Federal. Esses apoios que não trazem nada (…), não é o que a população espera. Eu sou o único candidato com condições de dialogar com todos os grupos. E brigar com o Governo Federal, significa brigar com a cidade”. E continuou dizendo que Ponta Grossa “não pode ficar refém desses grupos políticos (…). A minha diferença e a sua, é que eu trago resultados. A diferença é que eu não abandonei a cidade por briga política. A diferença é que mesmo não sendo do grupo da prefeita, eu levei investimentos, não fui traidor”, declarou o candidato. Sobre o mandato de Rangel, Aliel disse que “o que nós tivemos foram escândalos. Escândalos na Prolar, escândalos no Estar Digital, tivemos Gaeco na Prefeitura, problemas graves”, assinalou.
Em seu direito de escolher o candidato para a nova pergunta, Aliel escolheu novamente Rangel e questionou: “O seu governo teve muitos escândalos, (…) atraso no pagamento de instituições, tivemos a cidade sem certidões, (…) nós tivemos a maior greve da história do transporte público (…), por que você quer voltar a ser prefeito?”. Em sua resposta, Marcelo relembrou que Aliel já fez estas perguntas na eleição de 2016, quando os dois candidatos concorreram ao segundo turno e Rangel foi o vencedor, e disse: “Nós vencemos a eleição contra o senhor justamente pela sua ira, pela sua raiva”. Em sua réplica, Aliel disse que não quer “uma cidade de propaganda, nem de marketing (…). Está na hora desse grupo político, que governa a cidade há mais de 12 anos, deixar para alguém que de fato representa a mudança que a cidade precisa”.
Em nova rodada de perguntas, o médico, ex-vereador e candidato Magno Zanellato (Novo) escolheu Elizabeth e questionou se, na época do fechamento do Pronto Socorro Municipal, quando Schmidt e Rangel faziam parte do mesmo grupo político, se ele e o deputado federal Sandro Alex estavam cientes ou ajudaram no encerramento das atividades. A candidata à reeleição, em sua resposta, afirmou que o convênio para repassar o Hospital Prefeito João Vargas de Oliveira (Hospital da Criança) para a UEPG foi assinado no mandato de Marcelo, e “não está dizendo em nenhum momento que o Pronto Atendimento Infantil (PAI) tinha que continuar, e o Estado resolveu que não estaria lá”, ressaltou, e continuou “o Pronto Socorro ele fechou e colocou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santana”, explicando que o Pronto Socorro era anexado ao Hospital Municipal Doutor Amadeu Puppi, o qual ela diz que tinha problemas seríssimos e “eu pedi socorro para Deus e o mundo e eu não recebi ajuda”, assinalou. Em sua réplica, Zanellato disse que as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que receberam investimentos no governo de Elizabeth, “não resolvem o problema daquela pessoa que precisa do atendimento de urgência e emergência”, afirmou o médico. Na tréplica, Elizabeth respondeu que a responsabilidade do município é a atenção básica e primária; atendimentos de média e alta complexidade são de responsabilidade do Estado.
Em seu direito de realizar uma nova pergunta, Elizabeth escolheu Marcelo – deputado estadual que esteve licenciado como Secretário de Inovação – e relembrou que na campanha passada, quando ainda eram aliados, uma das promessas era a de que a cidade seria 100% pavimentada. E questionou: “quanto você viabilizou de asfalto para Ponta Grossa em quatro anos?” Em sua resposta, Rangel retomou a pergunta de Magno e disse que, independente da responsabilidade do município ser a atenção básica da saúde, “não se podia ter fechado o Pronto Socorro”, pontuou. Sobre o asfalto, Marcelo declarou: “como Secretário de Estado e como deputado, parceiro do governador Ratinho Junior, anunciamos R$ 60 milhões. Por conta dos projetos deficitários e com atraso, infelizmente a senhora não conseguiu cumprir os 100%, mas a senhora tem dinheiro no caixa”, afirmou. Na réplica, Elizabeth expôs: “Na verdade, ele não conquistou nada, ele não trouxe nada (…) o que nós recebemos foi 10% de R$ 60 milhões”, contou. Na tréplica, Marcelo disse: “me parece que ingratidão é o que reina neste momento aqui”.
No segundo bloco, Marcelo diz à Elizabeth que por quatro vezes a convidou para estar do seu lado e questiona: “por que a senhora nos ataca tanto?”. Elizabeth responde: “você se considera o epicentro do universo. Você é que fez tudo e me convidou (…). O que você chama de ingratidão, eu chamo de traição, porque você me abandonou, você simplesmente virou as costas para mim, nunca mais olhou nos meus olhos para dizer para mim o porquê você seria candidato e não eu”, expôs e afirmou: “eu não te ataco, eu só falo a verdade para você. (…) Vocês tentaram me anular até o último dia da convenção; vocês tentaram tirar os partidos de mim para me desestruturar e acabar comigo”. Em sua réplica, Rangel responde: “eu nunca lhe ataquei”, expondo críticas ao governo da prefeita.
O candidato Magno Zanellato criticou a candidatura dos três deputados candidatos – dois estaduais e um federal – e disse: “vocês deveriam estar cumprindo seus mandatos”. Ainda, questionou a deputada Mabel Canto (PSDB) sobre o porquê da disputa. Ela respondeu: “quem vai decidir se eu continuarei deputada ou serei prefeita vai ser a população”.
Assista a entrevista na íntegra: