A suspensão das quebras de sigilo de Silvinei Vasques, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques nesta terça-feira (03), rendeu diversas críticas. A deputada federal Gleisi Hoffmann, por exemplo, considerou a ação como absurda. “Essa medida lamentável atrapalha os trabalhos da comissão e protege um dos golpistas que tentou impedir eleitores nordestinos de irem votar”, escreveu a parlamentar em suas redes sociais.
Nunes Marques, que foi indicado pelo ex-presidente Bolsonaro, assinou a decisão no último dia 26, mas ela só veio a público nesta terça-feira. A avaliação do ministro é que “não há prévia definição do escopo específico para a quebra do sigilo”. Além disso, ele afirma que há informações solicitadas “que se fornecidas, representarão evidente risco de violação injustificada da privacidade, e não apenas do impetrante mas também de terceiros que nem sequer são investigados”.
Silvinei Vasques é ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e é suspeito de tentativa de interferir no resultado das eleições. Investigações da Polícia Federal apontam que membros da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30/10/2022, data em que foi realizado o 2º turno das eleições presidenciais. Ele está preso desde agosto, tendo sido detido em Santa Catarina e transferido para Brasília.