A influenciadora digital Virgínia Fonseca prestou depoimento nesta terça-feira (13) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado, convocada como testemunha para esclarecer sua relação com empresas de apostas online e o impacto de suas campanhas publicitárias, especialmente sobre públicos vulneráveis como menores de idade.
Negativa de irregularidades e da “cláusula da desgraça”
Virgínia negou que seus contratos com casas de apostas incluíssem a chamada “cláusula da desgraça” – um modelo em que influenciadores receberiam parte do valor perdido pelos apostadores. Segundo ela, sua remuneração era fixa, com possibilidade de bônus apenas se ajudasse a dobrar o lucro da empresa, meta que afirmou nunca ter atingido.
Contratos e transparência
A influenciadora declarou que todos os valores recebidos foram devidamente declarados à Receita Federal e afirmou não ter feito publicidade para empresas não regulamentadas no Brasil. Ela entregou à CPI documentos sobre seus contratos, que serão analisados sob sigilo.
Responsabilidade e alertas ao público
Virgínia ressaltou que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos das apostas, frisando que o jogo é proibido para menores de 18 anos e que recomenda responsabilidade, especialmente para pessoas com histórico de vício.
Uso de contas fornecidas pelas empresas
Ela explicou que, nos vídeos promocionais, utilizava contas fornecidas pelas próprias empresas de apostas, não sua conta pessoal, o que gerou questionamentos sobre a autenticidade das experiências mostradas ao público.
Repercussão e continuidade das parcerias
Após o depoimento, Virgínia afirmou não se arrepender das campanhas realizadas, mas disse que vai refletir sobre a continuidade das parcerias com casas de apostas. Ela também destacou não ter como socorrer seguidores que enfrentam problemas financeiros devido ao jogo.
O depoimento de Virgínia não resultou em acusações formais ou indícios de ilegalidade direta, mas a CPI segue investigando a atuação de influenciadores no segmento de apostas online. O foco permanece em possíveis conflitos éticos, na necessidade de regulamentação mais rígida e na proteção de consumidores, especialmente jovens e pessoas vulneráveis.