há uma hora
Heryvelton Martins

O calor intenso e a umidade elevada aceleram o metabolismo dos escorpiões, tornando-os mais ativos e propensos a invadir residências em busca de alimento, como baratas, que também proliferam nessa época. No Brasil, o Ministério da Saúde registrou mais de 126 mil casos de acidentes com escorpiões até setembro de 2025, com 148 óbitos, um aumento de 150% em relação a anos anteriores, especialmente em estados como São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Essa tendência agrava-se com mudanças climáticas, que prolongam verões quentes e alternam chuvas intensas com secas, criando condições ideais para a reprodução desses aracnídeos.
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), responsável pela maioria dos casos graves, adapta-se rapidamente a ambientes urbanos como esgotos e pilhas de entulho, reproduzindo-se de forma assexuada e sobrevivendo sem comida por longos períodos.
Em Santa Catarina, por exemplo, 82 acidentes foram atendidos só nos primeiros meses de 2025, com destaque para espécies como Tityus costatus e Tityus bahiensis, que confundem moradores pela semelhança visual. Crianças e idosos enfrentam maiores riscos, pois o veneno neurotóxico pode causar sintomas graves, exigindo soro antiescorpiônico em casos moderados.
Crescimento desordenado das cidades, lixo acumulado e falta de saneamento básico fornecem esconderijos e alimento abundante aos escorpiões, que saem de galerias subterrâneas durante ondas de calor.
No Distrito Federal, os casos disparam de agosto a dezembro, enquanto em Ribeirão Preto foram mais de 1.500 notificações até outubro de 2025. Especialistas destacam a baixa adesão a medidas preventivas e o descarte irregular de resíduos como catalisadores dessa crise silenciosa de saúde pública.
Manter quintais limpos, vedar frestas em portas e ralos, eliminar baratas e evitar acúmulo de entulho reduz drasticamente os riscos. Em caso de picada, lave o local com água e sabão, procure atendimento médico imediato e, se possível, fotografe o animal para identificação.
Autoridades reforçam campanhas educativas para combater essa ameaça sazonal, promovendo ações comunitárias de limpeza e vigilância.