há 36 minutos
Heryvelton Martins

A Unimed de Ponta Grossa publicou um comunicado oficial vetando a entrada de fotógrafos no centro cirúrgico, incluindo salas de parto, citando riscos à segurança dos pacientes, quebra de protocolos de biossegurança e violação de privacidade. A medida surgiu após um aumento significativo de solicitações para fotografias durante procedimentos, sendo fundamentada em normas técnicas e legais, como resoluções da Anvisa, do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), além da Lei Geral de Proteção de Dados.
A única exceção prevista é para fotógrafos vinculados ao setor de marketing da Unimed, com autorização prévia para fotos técnicas ou científicas seguindo regras de segurança.
Essa posição da Unimed conflita com a Lei Municipal nº 15.213/2024, aprovada em Ponta Grossa, que garante o direito da gestante à presença e atuação de profissional de fotografia e filmagem de sua escolha durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato em hospitais públicos e privados. A lei ainda prevê que o profissional contratado pela gestante deve seguir regulamentos internos para garantir a segurança durante os procedimentos, não podendo haver cobrança adicional ou imposição de fotógrafos pelo hospital, ressalvando somente casos médicos que indiquem risco para a gestante.
No ofício encaminhado pela direção técnica da Unimed, e obtido pela equipe do D'Ponta News, o diretor Eduardo Bisinella destaca que a decisão visa evitar riscos potenciais e garantir o cumprimento das normas vigentes, sugerindo que fotografias sejam feitas somente por profissionais autorizados internamente. Já a lei municipal assegura esse direito, com restrições limitadas a justificativas médicas fundamentadas, provocando possíveis impasses na aplicação prática nos hospitais da cidade.
Vale ressaltar que em todo o Brasil, ainda há resistência em algumas instituições hospitalares, que alegam preocupações com a biossegurança, privacidade e riscos no ambiente cirúrgico. Alguns hospitais exigem cadastro prévio e autorização médica para permitir a entrada dos fotógrafos, e há debates sobre a necessidade de regulamentações claras para equilibrar a segurança do paciente com o direito à documentação audiovisual. Casos de proibição total, como o da Unimed em Ponta Grossa, ainda enfrentam críticas por contrariar legislações específicas que garantem esse direito às gestantes.