A especialista em Ginecologia Regenerativa, estética íntima e saúde sexual, Dra. Adriana Lopes, comentou sobre a sexualidade e a rotina como barreira nos relacionamentos, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (04).

Rotina dos casais

Muitas vezes, casais que já estão há um período longo juntos acabam entrando na rotina e tendo um desgaste na relação.

“Quando você tem uma rotina e estabelece esse ciclo que se repete constantemente, você entra em uma situação em que o relacionamento pessoal e interpessoal fica morno. Você simplesmente vai vivendo, é aquela situação que chega ao fim do dia e você pensa ‘acabou o dia'”, explica a Dra. Adriana. “Então você vai sendo envolvido com essa situação e o seu relacionamento acaba se tornando morno, até mesmo de você consigo mesmo, porque acaba não buscando situações que te aprofundem mais e uma cobrança interna para que se mude algumas posturas”, afirma.

Quebrar a rotina

Para o casal renovar esta relação é necessário mudar algumas questões internas e externas para que o relacionamento volte a ficar interessante para ambos, segundo a especialista. Ela destaca o exemplo da “superlua” que aconteceu nesta segunda-feira (2), afirmando que pequenos gestos como desfrutar de fenômenos naturais podem resgatar valores internos e quebrar a rotina.

“Quantas vezes você parou pra ver a Lua? Nós acabamos caindo na rotina e reproduzindo coisas de forma automática, mas poderíamos aprofundar mais em algumas questões para resgatar alguns valores, princípios e investimentos em algumas situações específicas”, ressalta a Dra. Adriana.

Pequenas mudanças

Alguns detalhes pequenos como reparar na roupa que o companheiro está usando no dia ou uma simples conversa durante o café da manhã podem fazer a diferença na relação, segundo a especialista. “A rotina torna as coisas tão automáticas que você não tem a real percepção de estar vivendo aquele momento com aquela pessoa. O momento em que o casal está conversando e ajustando algumas necessidades durante o café da manhã, por exemplo, são extremamente importantes para o convívio e hoje as pessoas acabam perdendo [esses momentos] no celular”, destaca.

Perfume e sentidos 

O perfume interfere nas relações e, segundo a Dra. Adriana, há alguns estudos que comprovam isso. “Existem perfumes que liberam feromônios, que estimulam a relação. Alguns perfumes, quando a pessoa passa e você sente aquele perfume, o aroma ‘invade o teu cérebro’ e desperta sensações positivas, que quando estimuladas chegam ao contexto de até mesmo gerar uma fantasia sexual”, afirma.

Ela também aponta que o tato é muito importante. “Hoje, por exemplo, você vê as velas perfumadas que as pessoas utilizam para fazer massagem. Antigamente isso não era valorizado, mas hoje em dia as pessoas já estão buscando mais, porque a sensação da vela derretendo, que não queima, a maciez e o toque também te despertam prazer” ressalta.

A especialista também destaca que quando a pessoa vai sair, geralmente escolhe a melhor roupa, porém quando está em casa com o companheiro acaba ‘deixando a desejar’ e isso pode influenciar nessa rotina que desgasta as relações. “Por que deixamos as nossas melhores roupas para sair, mas quando estamos em casa no momento de maior intimidade usamos qualquer roupa?”, questiona. “São situações que fazem com que a gente não alimente o nosso relacionamento”, complementa.

Saúde sexual

A saúde sexual significa, de forma ampla, o exercício da sexualidade com bem-estar físico, emocional, mental e social. “Quando a gente fala em saúde sexual, estamos querendo entender que ela está diretamente ligada com a sexualidade, que é um sentimento e um movimento não ligado somente ao sexo. Nós alimentamos a nossa saúde sexual com o autocuidado e a nossa autoestima”, explica a Dra. Adriana. “Então você tratar da saúde sexual é tratar da questão física, psicológica e espiritual, porque hoje nós temos que lidar muito com a questão religiosa e como são passadas as situações para as pessoas para que elas possam trabalhar a sua saúde sexual”, complementa.

Libido é sinônimo de desejo sexual. Nas mulheres, o hormônio responsável por essa vontade é a testosterona, produzido nos ovários e glândulas suprarrenais, auxiliado pelo estrogênio, fabricado nos ovários e tecido gorduroso. São eles que causam a excitação natural física do ser humano.

“Um dos aspectos que a gente percebe que está extremamente comprometido na saúde sexual é a libido. São várias as questões que a comprometem, entre elas, o uso de hormônios e contraceptivos pelas mulheres, desgaste profissional, trabalho em casa e o fato de ser mãe, que resultam em um tempo muito pequeno para o autocuidado”, ressalta. “A libido é multifatorial, e muitas vezes a mulher acaba entrando em conflito interno por não querer engravidar, mas querer aumentar o prazer. É importante as mulheres saberem que hoje temos opções que interferem de uma maneira menos significativa”, complementa.

Serviço

Você pode acompanhar a Dra. Adriana Lopes pelo instagram.

Confira a entrevista completa: