A equipe de jornalismo do D’Ponta News obteve dados exclusivos da Ponta Grossa Ambiental (PGA), empresa responsável pela coleta de resíduos domésticos na cidade, que mostram um aumento no número de acidentes envolvendo coletores de lixo. Em 2024, foram registrados 43 acidentes durante todo o ano. Já nos primeiros quatro meses de 2025, foram 24 casos, quase metade da média anual anterior.
No levantamento de 2024, os acidentes incluíram 25 mordidas de cães, 13 perfurações por agulha, 2 cortes com cacos de vidro e 2 ocorrências classificadas como ‘outros’. Já entre janeiro e abril de 2025, foram 9 mordidas, 1 perfuração por agulha, 1 corte com caco e um aumento na categoria ‘outros’, que chegou a 13 ocorrências.
A preocupação sobre os riscos deve ser discutida, principalmente após a gravidade do acidente recente envolvendo os coletores Isaac Desidério e Vinicius Dias Grizoski. Na última quarta-feira (30), os dois foram atacados por um cão da raça pitbull durante a coleta domiciliar na Vila Odete.
Segundo informações da PGA, o animal teria escapado de uma residência no momento em que os trabalhadores realizavam a coleta. A empresa informou que ambos receberam atendimento imediato e que as medidas legais cabíveis estão sendo tomadas.
Relembre o caso:
Vídeo mostra ataque de pitbull contra coletores de lixo em PG; veja
Cuidados para evitar acidentes
Em entrevista ao D’Ponta News durante uma live na segunda-feira (5), o coordenador de segurança do grupo, João Cardoso, destacou que os riscos enfrentados pelos coletores vão muito além da atenção individual.
Veja a live:
Exclusivo: Coletores atacados por pitbull em PG falam com o D’Ponta News
“Os coletores estão expostos principalmente a animais soltos e a objetos perfuro cortantes como agulhas, seringas e cacos de vidro descartados de forma incorreta” explicou João. Ele ressaltou que, mesmo com treinamento e equipamentos de proteção, parte da segurança depende diretamente da conscientização dos moradores.
“O munícipe precisa ter responsabilidade ao descartar resíduos perfuro cortantes. Agulhas e seringas não devem ir para a lixeira comum, mas sim em embalagens rígidas como garrafas pet e levadas a uma unidade de saúde” orientou.
Sobre os cacos de vidro, João recomendou que sejam colocados em embalagens reforçadas, como caixas de leite, devidamente identificadas. “Essa simples atitude reduz o risco de contato direto dos coletores com materiais perigosos e previne acidentes” alertou.
Outro ponto de atenção destacado pelo coordenador é a altura das lixeiras. “Muitas casas não possuem lixeiras ou têm estruturas inadequadas, o que dificulta o trabalho e pode causar acidentes” afirmou João.
A recomendação é que as lixeiras tenham no máximo um metro e quinze centímetros, considerando um metro de base e quinze centímetros para o espaço onde o resíduo é colocado. Segundo ele, este padrão garante maior segurança e ergonomia no manuseio dos trabalhadores.
Por Camila Souza