Nilson Pedro dos Santos, de 37 anos, foi condenado a dois anos, três meses e 10 dias de prisão por crimes de trânsito após um julgamento realizado nesta segunda-feira (19). Como já estava preso preventivamente há dois anos e quatro meses, o caminhoneiro teve o alvará de soltura expedido logo após a leitura da sentença, que ocorreu por volta das 4h da madrugada desta terça-feira (20). As informações são do g1.
O caso teve início em janeiro de 2023, quando o motorista conduziu um caminhão em trajeto de mais de 100 quilômetros entre Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná. Durante o percurso, segundo o Ministério Público (MP), ele teria colidido com 18 veículos e derrubado parte de uma carga de garrafas de cerveja na BR-376. As ocorrências foram registradas por câmeras de segurança e vídeos gravados por testemunhas.
A denúncia do MP incluiu 16 acusações de tentativa de homicídio qualificado por perigo comum, além de condução de veículo sob efeito de álcool e drogas e direção em alta velocidade em áreas de risco. O órgão afirmou que, ainda na noite anterior aos acidentes, o condutor chegou a Ponta Grossa e “passou a deliberadamente ingerir bebidas alcoólicas e substância entorpecente vulgarmente conhecida como ‘cocaína’”.
Segundo a promotoria, os acidentes começaram na manhã de sábado, 14 de janeiro de 2023. Por volta das 6h30, Nilson deixou a cidade e, logo em seguida, parte da carga caiu na rodovia, espalhando “cacos de vidro, garrafas e engradados na pista”. A partir das 7h40, ainda segundo o MP, o caminhoneiro colidiu com diversos veículos, resultando em capotamentos e pessoas feridas. Ele foi detido na Cidade Industrial de Curitiba após ser abordado pela polícia.
Durante o julgamento, Nilson foi condenado por crimes de trânsito, mas as acusações de tentativa de homicídio foram parcialmente desclassificadas. Ele foi absolvido de duas dessas acusações e, nas outras 14, o júri optou pela tipificação como lesão corporal.
“Ficou provado no julgamento que não houve a intenção de matar. A sentença foi justa à realidade dos fatos. Temos a certeza que a justiça foi feita pela sociedade representada pelos conselho de sentença”, afirma o advogado Tiago Rezende, que atuou na defesa dele.
O julgamento teve início na tarde de segunda-feira (19) e se estendeu por mais de 15 horas. Às 4h30 da madrugada de terça-feira (20), a Justiça determinou a liberação do caminhoneiro, que deve ser solto ao longo do dia.