O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou um casal proprietário de uma clínica terapêutica em Ponta Grossa e um terceiro homem, também paciente do local, por homicídio qualificado e outros crimes cometidos em março deste ano. A vítima, o empresário Ricardo de Oliveira Osinski, de 54 anos, era paciente da clínica e mantinha relação de confiança com os acusados.
Segundo a denúncia, o crime teve início após Osinski sofrer um acidente doméstico em 11 de março e ser levado a uma unidade de saúde pelos três denunciados. Aproveitando-se da situação e do acesso ao celular da vítima, o grupo realizou transferências que totalizaram cerca de R$ 86,5 mil para contas próprias e da clínica.
Após receber alta médica, Osinski foi levado à residência do casal, localizada em uma chácara no bairro Uvaranas, onde permaneceu em cárcere privado, sob efeito de medicamentos que o impediam de reagir. Entre 12 e 25 de março, os acusados realizaram novos saques e compras, desviando mais R$ 42 mil das contas da vítima.
O ápice dos crimes ocorreu entre a noite de 25 e a madrugada de 26 de março, quando Osinski foi assassinado com golpes de arma branca na Estrada dos Alagados. Conforme as investigações, o homicídio foi planejado pelo casal e executado pelo terceiro denunciado, também paciente da clínica, que confessou o crime à polícia. O objetivo seria impedir que os desvios financeiros fossem descobertos.
Após o assassinato, os denunciados ainda se apropriaram do carro da vítima e de mais R$ 32,9 mil, continuando a realizar transferências e compras com o celular de Osinski. No dia 28 de março, com o avanço das investigações, tentaram destruir provas lavando o veículo utilizado no crime.
O MPPR imputa aos três os crimes de homicídio triplamente qualificado (meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar vantagem de crimes anteriores), associação criminosa qualificada, furto mediante dispositivo eletrônico, roubo majorado, cárcere privado, furto qualificado e fraude processual.
As investigações apontam que o casal se aproveitou da vulnerabilidade da vítima, dependente químico, para obter acesso às contas bancárias. Os suspeitos foram presos temporariamente em abril. O caso segue sob análise judicial, e os nomes dos acusados não foram divulgados pelas autoridades até o momento.