Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (14), a médica veterinária Jéssica Roman falou sobre os cuidados com os cães e gatos que possuem câncer.
A veterinária explica que os casos de neoplasia, que são os tumores, são comuns em cães e gatos com idade mais avançada. Os mais frequentes são tumores de pele e de mama, nas fêmeas. “Os limitantes do tratamento é o estado do paciente, não a idade dele. Muitos pacientes de 16 anos estão bem de saúde e outros mais jovens não estão tanto. A gente trabalha com prioridade, o que vai levar o nosso paciente a óbito, ou o que está causando o mal dele naquele momento”, afirma.
Segundo Roman, o objetivo da oncologia voltada para os pets é fornecer longevidade, porém com qualidade de vida. “Nesses pacientes a gente avalia, alguns são cirúrgicos, outros tem tratamento com quimioterapia, às vezes ambos, e nos pacientes que não temos mais como operar, ou não tem mais como tratar, a gente entra no cuidado paliativo, enquanto esse paciente apresentar qualidade de vida, é fornecer analgésicos, anti-inflamatórios, o que ele precisar. Muitas vezes sofre de náuseas, é normal, a gente entra com medicação, o câncer tira muito o apetite do paciente, a gente entra com medicação, a gente vai até o onde tutor quer ir e até onde a gente consegue identificar que está dando qualidade de vida, não é o objetivo postergar a vida do paciente com dor ou sofrendo”, observa.
A veterinária ainda comenta que os cuidados com os pets mudaram e hoje em dia são considerados como membros da família, o que está aumentando a expectativa de vida dos animais. “Os tutores cuidam, vacinam, castram, dão banho, o paciente pet está ficando cada vez mais velho e estamos tendo muitos problemas relacionados à geriatria, a oncologia é uma das principais coisas que acontecem”, finaliza.
Prevenção
A partir dos 8 anos de idade, os cães já são considerados idosos. “A partir disso, fazer um check up anual é crucial, pelo menos um exame de sangue, um ultrassom, porque muitas vezes a gente tem os achados acidentais, ele não tem um sinal clínico, mas apresenta uma neoplasia pequena em algum órgão”, pontua.
Devido à ausência de sintomas clínicos, como a veterinária citou, é importante ficar atento às alterações de comportamento do cão ou gato. “Em gato isso é muito comum, altera o comportamento muito mais fácil do que cães, gato come menos, se esconde, não se limpa, muitas vezes não tem sintomas como vômito e diarreia, mas alterações comportamentais. Isso é importante que as pessoas que convivem com o animal observem”, explica.
Confira a entrevista completa: