Quinta-feira, 26 de Junho de 2025

Com coleta domiciliar, HU-UEPG facilita doação de leite materno e pede apoio de mães; saiba como ajudar

2025-06-26 às 15:46
Edu Vaz/ D’Ponta News

O programa Manhã Total da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) desta quinta-feira (26) recebeu a coordenadora do Banco de Leite Humano dos Hospitais Universitários da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Cláudia Cancian, que falou sobre a importância da doação de leite materno e o apoio oferecido às mães em todo o processo de amamentação. Neste ano, o serviço completa 40 anos em Ponta Grossa, com um histórico de dedicação que impacta diretamente na saúde dos recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Universitário da Universidade (HU-UEPG).

Cláudia destaca que o banco de leite promove não apenas a coleta e distribuição do leite, mas também uma rede de apoio à amamentação. “Não precisa ser algo dolorido, leva um tempo de adaptação, mas a amamentação não deve ocasionar problemas maiores às mães como o sangramento”, orienta. Segundo ela, qualquer mãe que enfrente dificuldades pode procurar o serviço do HU. A coordenadora lembra que o aleitamento pode ser mantido até os dois anos ou mais, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Quanto mais o bebê mamar, mais imunidade vai ter e quanto mais a mãe estimula, mais leite vai ter”, completa.

Atualmente, a coleta do leite humano é feita diretamente nas casas das doadoras. “A gente vai na casa das doadoras levar material e também buscar o leite”, explica Cláudia, ressaltando que o serviço é gratuito, realizado com segurança e pensado para facilitar a vida das mães. “É por isso que a nossa equipe vai até a casa buscar, tudo para promover maior comodidade”. A coleta é realizada em dias específicos da semana, conforme a região da cidade, e a doadora precisa apenas estar saudável, ter um congelador e avisar que possui leite excedente. “O leite pode ficar 15 dias no congelador”, acrescenta.

Apesar do esforço da equipe, a coordenadora relata que o número de doações ainda é insuficiente para atender toda a demanda. “Eu tenho em torno de 50 mães doadoras por mês, mas os nascidos por mês estão passando de 300”, informa. Ela conta que apenas os bebês da UTI estão sendo atendidos atualmente. “Os mais necessitados que têm risco de vida, são os que têm prioridade”, diz. Segundo Cláudia, o ideal seria arrecadar 100 litros de leite por mês. Em maio deste ano, foram coletados 65 litros, mas a entrega chegou a 80 litros graças ao estoque. “Esse déficit foi possível porque tinha leite em estoque”, conta. Ela ressalta a importância da doação porque destas 50 mães atualmente doadoras, algumas já estão há um ano doando e por isso se faz necessário garantir a doação constantemente.

O leite doado passa por um rigoroso processo de pasteurização, o que garante sua segurança. “O leite pasteurizado que entregamos na UTI é 100% garantido porque passa pela pasteurização e isso elimina bactérias e vírus”, explica. Uma vez pasteurizado, o leite pode durar até seis meses. Além disso, ele é considerado parte essencial do tratamento dos recém-nascidos. “O leite materno salva aquela criança que está na UTI e o leite também previne”, destaca.

O banco de leite também cumpre importante função educacional e científica dentro da universidade. “Tem fonoaudiólogos, odontólogos, médicos, enfermeiros e nutricionistas, é um serviço multidisciplinar”, afirma Cláudia, destacando que o setor também é campo de estágio e pesquisa para alunos da UEPG. “Isso nos traz mais tecnologias e mais avanço de estudo e científico”, cita.

A história do banco de leite em Ponta Grossa remonta a quase quatro décadas. Inicialmente vinculado à APMI e ao Hospital da Criança, passou a ser administrado pela UEPG, o que, segundo Cláudia, trouxe avanços significativos. “O banco de leite ganhou mais visibilidade, credibilidade, dobrou o número de profissionais, dobrou a capacidade de atendimento tanto na captação quanto nos atendimentos para cidades na região”. Ela revela ainda que há tratativas com outros municípios para expandir o número de doadoras.

Cláudia faz um apelo direto às mães que têm leite excedente. “Muito leite de mães está sendo descartado, não porque elas querem, mas por falta de conhecimento”. Ela reforça o papel da empatia. “O ser humano tende a ir pelo mais fácil, é mais fácil jogar na pia o leite”. E lembra que doar é simples. “Basta estar saudável e entrar em contato. A gente faz o resto”, reforça.

Como ser doadora ou receber orientação sobre amamentação

Além de distribuir leite, o Banco de Leite Humano dos HU-UEPG oferece orientação gratuita às mães sobre amamentação, manejo de dificuldades como fissuras, mastite e pega incorreta. Toda mulher saudável que amamenta e não utiliza medicamentos contraindicados pode ser doadora. O cadastro pode ser feito pelos telefones (42) 3311-8414 ou (42) 3311-8527 (WhatsApp), ou pelo formulário online (CLIQUE AQUI). A equipe entra em contato para orientar e organizar a coleta.

Para detalhes sobre como realizar a coleta de leite, clique AQUI.

Acompanhe a entrevista na íntegra: