Os moradores do Jardim Giana, em Ponta Grossa, enfrentam mais uma vez o drama das queimadas em terrenos baldios. Nesta quarta-feira (23), um novo foco de incêndio assustou a comunidade e exigiu ação rápida do Corpo de Bombeiros. Em meio à estiagem e ao aumento das ocorrências ambientais, os próprios moradores precisaram usar mangueiras para evitar que as chamas se alastrassem pelas residências próximas.
A situação no bairro é parte de um cenário mais amplo: ao longo do dia, o Corpo de Bombeiros foi acionado mais de cinco vezes para atender diferentes ocorrências de incêndios ambientais na cidade. O número expressivo confirma a tendência de alta nesse tipo de ocorrência em Ponta Grossa nos últimos meses.
O aumento das queimadas em Ponta Grossa está relacionado a fatores climáticos, como longos períodos de estiagem e baixa umidade, que tornam a vegetação seca e altamente inflamável. Contudo, boa parte dos incêndios tem origem criminosa, facilitada por terrenos baldios com acúmulo de lixo e mato alto.
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Entre janeiro e setembro de 2024, foram registradas 681 ocorrências de incêndios florestais na cidade, ultrapassando significativamente os números de 2023. Especialistas apontam que, além das condições climáticas, há negligência do poder público e da sociedade em adotar políticas de prevenção e fiscalização ambientais.
Com a demanda crescente, o Corpo de Bombeiros tem enfrentado dificuldades para atender a todas as solicitações — há casos em que a mesma equipe precisa se deslocar repetidas vezes ao mesmo local. Para reforçar o combate, o Paraná investiu na capacitação de brigadistas e na aquisição de equipamentos e aeronaves especializadas, além de estabelecer acordos de cooperação com órgãos ambientais e a Defesa Civil estadual.
No entanto, a população tem papel fundamental na prevenção. A legislação municipal proíbe queimadas em terrenos urbanos e, para denúncias, os moradores podem recorrer ao número 156 da prefeitura ou à ouvidoria municipal, mecanismos incentivados pelas autoridades para reduzir as ocorrências e responsabilizar os autores.
As queimadas afetam diretamente a saúde dos moradores, agravando doenças respiratórias e colocando em risco crianças e idosos. Além disso, terrenos baldios acabam se tornando focos de insegurança, seja pelo risco de incêndios ou pela proliferação de pragas e lixo, somando prejuízos à qualidade de vida das famílias do Jardim Giana e de toda Ponta Grossa.
Especialistas alertam que a solução definitiva depende de ações integradas entre o poder público, sociedade civil, políticas de fiscalização e conscientização ambiental. Investimentos em políticas públicas, reforço na fiscalização e participação ativa da população são essenciais para mitigar os impactos das queimadas, que seguem preocupando a cidade.