“Eu precisava vir. Foram oito anos sem poder participar por causa de problemas de saúde. Hoje, eu tinha que vir. Mesmo com o pé desse jeito. Vim de bengala, estou tomando todo o cuidado, mas, estou aqui”, dizia emocionado Adão Ubirajara de Oliveira, um gaúcho de nascimento, mas que mora na região da Nova Rússia e participa da Paróquia São Sebastião/Santuário de Nossa Senhora Aparecida.  Ele era um entre as mais de 50 mil pessoas, se estima, que foram para as ruas ontem (8), acompanhar a tradicional procissão de Corpus Christi. Diabético, amputou os cinco dedos do pé direito há um ano. Ainda assim, esperou em pé a chegada de Jesus Eucarístico para receber a bênção, em frente ao altar montado na Rua Benjamin Constant, esquina com a Marechal Deodoro.

O tema ‘Eucaristia, Pão da Vida: Comunhão, Graça e Missão’ norteou a decoração dos conhecidos tapetes, assim como aos três jubileus do bispo Dom Sergio Arthur Braschi. Dom Sergio, ao final da procissão, fez questão de agradecer todas as mensagens de carinho recebidas. “Tapetes preparados com tanto carinho e que falam do amor que nos alimenta, alimenta o mundo. Um grande exemplo de sinodalidade, de comunhão. Um testemunho público importante. Vida, graça, misericórdia, perdão, expressões que, este ano, coincidiram com a realização do Sínodo, do Ano Vocacional e da Campanha da Fraternidade. Também recordemos que o primeiro Corpus Christi quem fez foi Maria, quando viajou, com Jesus no ventre, até a casa de sua prima Isabel. A Maria missionária. Missão que hoje é nossa para que a Humanidade reencontre o caminho da fraternidade e da paz”, lembrou o bispo, pedindo um minuto de silêncio pela paz no mundo. “Agradeço, de coração, as inúmeras expressões de carinho demonstradas em diversos trechos do tapete pelos meus jubileus de 50 anos como padre, 25 anos de bispado e de 20 anos em Ponta Grossa, que vamos comemorar todos juntos no dia 8 de julho”, destacou.

A equipe de animação, postada no altar, rezava, cantava e fazia reflexões sobre o Santíssimo Sacramento, o Ano Vocacional, a ação missionária da Igreja, aprofundando o tema da procissão. “A Eucaristia é a vida da Igreja”, dizia padre Wagner Oliveira da Silva, que, por inúmeras vezes, solicitava que os fiéis aplaudissem Jesus Eucarístico. O Terço da Misericórdia foi rezado, lembrando em cada mistério as paróquias de cada um dos quatro Setores de Ponta Grossa. O último mistério foi oferecido a Dom Sergio e sua pronta recuperação, a todas as pessoas que servem na Liturgia nas comunidades e por todos os que colaboraram na realização da procissão. Na chegada do bispo com o ostensório, um seminarista carregou a imagem de Maria, Mãe das Vocações, até o altar. Além de padres, freis, religiosos-padres e diáconos, a procissão que acompanhou o Santíssimo foi composta por ministros extraordinários da comunhão eucarística, acólitos, cerimoniários, soldados do Exército e, pela primeira vez, coroinhas.

Realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte de Pentecostes, em Ponta Grossa, a procissão se iniciou às 14h35, da frente do Lar São Vicente de Paulo de assistência a idosos, na Rua Júlio de Castilho. O trajeto tem pouco mais de 3,5 quilômetros até a Rua Benjamin Constant. Uma multidão de fiéis ganhou as ruas. Era gente descalça – pedindo ou agradecendo uma graça – de cadeira de rodas, de muletas, carregando crianças de colo ou nos ombros. Todos fazendo questão de testemunhar publicamente sua fé.

No decorrer do percurso, foram fixados quatro pontos de coleta de doações ao Hospital do Coração Bom Jesus: em frente ao Lar São Vicente de Paulo, ao lado do Cemitério Municipal São José, em frente ao banco Bradesco e junto ao terminal central de ônibus. Poderiam ser doados cobertores, mantas de casal, toalhas de banho brancas e fraldas geriátricas. As contribuições ainda podem ser levadas ao hospital até o final deste mês.

Doações em dinheiro devem ser feitas via a chave PIX: [email protected]

da assessoria