O médico hematologista, Dr. Lucas Krum, deu orientações de saúde e doação de sangue, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (29).
Lucas é formado na primeira turma de Medicina pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “É uma profissão que o estudo deve ser constante, desde a formação acadêmica até a especialização e atuação profissional”, ressalta Lucas.
Hematologia
A hematologia é a área da medicina que estuda as doenças relacionadas ao sangue e aos órgãos hematopoiéticos (medula óssea, gânglios e baço). “Ela é uma especialidade da medicina que é pouco conhecida pela população, e muitas vezes acabam a conhecendo quando possuem alguma necessidade, que já está em um estágio mais grave”, explica o hematologista.
“A hematologia, basicamente, cuida do sangue e do sistema imunológico do paciente. A gente cuida de doenças como a anemia, leucemia, linfoma e mieloma, além da preparação do sangue. Nas agências transfusionais e nos bancos de sangue, tem sempre a presença de um médico hematologista, que participa de toda a preparação do sangue”, afirma. “Além disso a gente também participa do transplante de medula óssea”, complementa.
Processo para doação de sangue
Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade podem doar com autorização e presença do responsável legal. O doador deve pesar no mínimo 51 quilos, estar descansado, alimentado e hidratado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação) e apresentar documento oficial com foto (carteira de identidade, carteira do conselho profissional, carteira de trabalho, passaporte ou carteira nacional de habilitação).
“A pessoa passa por uma triagem e uma entrevista para passar algumas informações importantes, porque é necessário se ter uma segurança para aquele sangue ser usado futuramente”, orienta o Dr. Lucas. “Após passar por este processo, a pessoa doa o sangue. A partir desse momento a bolsa de sangue vai para uma centrífuga, que separa as células vermelhas do sangue do plasma, e do plasma são retiradas as plaquetas. Então de uma pessoa, conseguimos fazer quatro bolsas e salvar até quatro vidas”, complementa.
Anemia
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, e ela possui vários níveis.
“A anemia não é uma doença, ela é um sinal de que alguma coisa não está bem. Ela é a falta das células vermelhas do sangue, quando a hemoglobina está abaixo”, ressalta o Dr. Lucas. “Para a mulher é abaixo de 12 e para o homem abaixo de 13. Existem graus de anemia, que podem variar de moderado para grave, que possuem diversas causas. As causas mais comuns que aparecem no consultório são por deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico, porém existem outras causas”, complementa.
“Ela é um sinal que a tua medula não está produzindo ou aquelas células vermelhas estão sendo destruídas. O mais comum é a causa nutricional, mas existem outras causas como genéticas, por doenças malignas, inflamatórias etc”, destaca.
A principal fonte de ferro para o nosso organismo vem da carne vermelha, segundo o hematologista. “A carne vermelha é onde mais absorvemos ferro. Também existem outras fontes, que são as hortaliças, o verde escuro e o feijão”, orienta.
Cânceres hematológicos
Os cânceres hematológicos dizem respeito aos tipos de câncer que são originários das células sanguíneas.
“Antes a hematologia caminhava junto com a oncologia, que é a especialidade que cuida do cânceres. Hoje, a oncologia cuida dos ‘cânceres sólidos’ e a hematologia dos ‘cânceres líquidos’, de forma geral”, afirma Lucas. “São cânceres relacionas à medula óssea e aos linfonodos [as ínguas]. Então, por exemplo, as leucemias são um tipo de câncer do sangue, que a célula cancerígena estará presente na medula óssea e prejudica a formação do sangue”, completa.
O mieloma múltiplo é o câncer de um tipo de células da medula óssea chamadas de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias.
“Também existem outras doenças, que a maioria das pessoas não conhece, que são o mieloma múltiplo e os linfomas. Então as ínguas que a gente tem na região do pescoço, nas axilas e na virilha estão em lugares que possuímos células de defesa e também fazem parte do sangue”, explica o hematologista. “Tem pessoas que têm o linfoma, que é um câncer hematológico e afeta principalmente os linfócitos, que são células de defesa e ‘moram’ onde a gente tem as ínguas”, finaliza.
Serviço
Você pode acompanhar o trabalho do Dr. Lucas Krum no seu instagram.
O hematologista atende no Centro Médico da Santa Casa, localizado na R. Nilo Peçanha, 1361 – Estrela, em Ponta Grossa; na Clínica Cambuí, localizada na R. Urbâno Borges Martins, 323 – Água Suja, em Castro; e na Clínica Renove, localizada na R. Teófilo José de Freitas, 212, em Palmeira.
Confira a entrevista completa: