Terça-feira, 19 de Novembro de 2024

Dom Bruno participa da procissão da padroeira junto aos devotos

2024-10-14 às 16:49
Foto: AssCom Diocese de Ponta Grossa

Pela primeira vez participando da festa em honra a padroeira do Brasil na Diocese de Ponta Grossa, o bispo Dom Bruno Elizeu Versari surpreendeu ao vir caminhando junto à multidão de devotos, durante todo o trajeto da procissão, que sai da frente do Hospital Bom Jesus e segue em direção ao Santuário Diocesano de Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Nova Rússia. O bispo preferiu não vir ao lado da imagem no carro que a transporta, todos os anos, a partir do qual é realizada a peregrinação. Veio a pé, com o rosário em mãos, rezando e cantando junto com todos os peregrinos por um quilômetro e meio do trajeto.

“Em um momento assim, eu também me sinto peregrino, me sinto romeiro. Reporta o meu tempo de criança, de jovem, em que a gente andava longe para rezar o terço e quando era Festa de Nossa Senhora Aparecida a gente caminhava muito. Eu venho de um berço em que a gente rezava o terço todos os dias. A devoção a Nossa Senhora era algo que a gente aprendeu de criança. É a oportunidade de estar com o povo, rezar do jeito deles, no rito deles. Gosto de me sentir no meio deles. Normalmente, a gente preside um rito litúrgico e, nesses momentos, eu sou devoto como todo o mundo”, justificou Dom Bruno, citando não poder garantir que repetirá o ato ano que vem. “O tempo é a melhor resposta que podemos dar. Não sabemos o que acontece de aqui até lá. Mas, se eu puder, venho sim. Sou devoto, gosto. No entanto, eu tenho um ministério. A vida de bispo tem exigências que a gente não imagina. Mas se for possível eu venho sim”, acrescentou.

O bispo lembrou que, quando vai à Aparecida, todos os anos, para a Assembleia dos Bispos, também faz questão de caminhar, peregrinar pela casa da Mãe. “Como é bom sentir assim. A Mãe sempre tem esse colo, esse aconchego, esse afago. Como é bom sentir essa proteção. Que privilégio! Deus nos deu a mãe de Jesus como mãe para nós. Às vezes, eu fico pensando que Deus olha para nós e tem tanta confiança, tanta esperança em nós que nos deu Maria por mãe. Às vezes, venho; não tenho muito o que falar, olho para ela. Me apresento a ela, apresento os padres, rezo por eles e por essa missão que Deus nos confia. A missão evangelizadora é uma missão desafiadora no mundo tão conturbado e, muitas vezes, perdido”, ressaltou Dom Bruno.

Sobre o grande número de devotos presentes tanto na procissão quanto na Missa Solene, Dom Bruno atribuiu a presença à grande devoção dos brasileiros à Maria. “A Mãe mexe com as pessoas. Não fazia ideia que vinham tantas pessoas, não esperava que tanta gente viria para essa peregrinação e participar da missa. Não imaginava. Uma alegria imensa. O nosso povo é devoto. Quando fala de Maria vai para a rua. Fiquei impressionado de ver gente caminhando com dificuldade, gente de pés no chão, outras com crianças nos braços, mesmo cansadas, às trazendo no colo, como que com a ideia de mostrar para a Mãe do Céu. É muito gratificante. E só se vê isso no meio do povo”, garantiu.

O pároco da Paróquia São Sebastião e reitor do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, padre Roberval Mulhstedt, enalteceu a participação do povo. “Foi muito boa, mostrando a fé, a espiritualidade e o amor que tem por Nossa Senhora. Tanto nos nove dias da novena quanto, hoje, no dia festivo, na procissão e na celebração. A presença do bispo edifica, confirma a fé e nos anima para a missão. E a presença do nosso bispo Dom Bruno foi espetacular para nós, ele nos direciona na espiritualidade”, enfatizou.

Procissão

A imagem de Nossa Senhora Aparecida saiu, como de costume, da capela do Hospital Bom Jesus. Antes, o bispo Dom Bruno esteve na capela e fez sua oração aos pés da imagem. A santa padroeira foi levada para o carro adornado para transportá-la, onde estavam somente dois acólitos. À frente do carro, vieram acólitos, cerimoniários, filhas de Maria, ministros e seminaristas. No entorno, o povo devoto. E entre o povo devoto, o bispo. A animação foi feita do santuário e transmitida por um carro de som e pela Rádio Sant’Ana. Padre Roberval ‘puxou’ as orações, reflexões e os cânticos. As preces rogaram a Deus pelo centenário da Diocese, pelo tempo sinodal, às comunidades de fé, aos que sofrem e, em especial, às crianças.

Além dos devotos que tradicionalmente acompanham a procissão do seu início, há os que vão se incorporando a ela durante o trajeto. Muitos ficam nas esquinas, à espera do cortejo. E eles vêm descalços, com muletas, com crianças no colo ou as trazendo pelas mãos. Gente com camisetas, lenços estampados com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e até com mantos azuis, como o da santa. Ao chegar ao santuário, eram entregues bandeirinhas, que foram alegremente agitadas no momento da entronização da imagem na igreja. Junto a ela, o manto azul se estendia dos dois lados da santa e cobriam os fieis até sua chegada ao altar. A missa foi celebrada por Dom Bruno e concelebrada pelos padres Roberval e Wagner Oliveira da Silva, além dos diáconos Mário Cequinel, Rubens Silva Nascimento e Ademar Oliveira.

A igreja estava tomada de fieis. Nas laterais, do lado de fora, também foram colocadas cadeiras e ainda havia lugares no centro pastoral. Telões facilitaram a participação. Calcula-se que perto de 4.500 devotos tenham acompanhado a celebração das 15 horas, deste dia 12 de outubro.

da assessoria