Na noite deste domingo (12), a Diocese de Ponta Grossa na pessoa de seu bispo, Dom Sérgio Arthur Braschi, enviou novamente o casal Pedro e Salete Teresinha Lang para a Missão São Paulo VI, na Guiné-Bissau, África. Os dois foram pioneiros dessa Missão, vivendo lá nos anos de 2015 a 2018. Na celebração de ontem, realizada na Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Cipa, em Ponta Grossa, o bispo entregou aos missionários uma bíblia em língua crioula, pedindo que anunciassem “o Cristo ressuscitado com poder, sabedoria e convicção”. Dom Sérgio rogou que a Assembleia orasse em silêncio pelo casal, que rezou uma Ave Maria em Crioulo. Os dois também receberam da comunidade uma imagem da Mãe da Divina Graça.

Em sua homilia, Dom Sérgio citou o Evangelho de São Marcos, lembrando que Jesus, após se manifestar na Galiléia, antes de subir para a direita do Pai, envia os discípulos: ‘ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura’. “E São Marcos termina o Evangelho dizendo que os discípulos, contemplando Jesus que subiu aos céus, saíram por toda a parte, levando esse anúncio do Evangelho e o Senhor confirmava a palavra deles com os sinais que os acompanhavam”, destacou.

Sobre o envio, o bispo enfatizou a alegria do momento. “Profunda alegria e realização da nossa Igreja Diocesana, que caminha para o seu centenário, por este envio do querido casal, diácono Pedro Lang e Salete Teresinha. Alegria e sentido de realização. Alegria, pois, como ouvimos na Palavra de Deus e como reconhecemos cada vez mais claramente nessa Igreja Sinodal, Igreja de peregrinos da esperança, como nos convida o Papa Francisco para o ano do jubileu, no próximo ano, nós reconhecemos que a missão de toda a Igreja é anunciar o Evangelho a toda a terra, a todos os povos, a todas as nações, a todas as culturas. A Igreja do Paraná cresce nesse espírito missionário”, disse Dom Sérgio.

Dom Sérgio agradeceu a presença do coordenador do Conselho Missionário Regional, José Donizete Duarte, e de integrantes do Conselho Missionário Diocesano e do Conselho Missionário Paroquial, organismos que, segundo o bispo, fazem despertar, cada vez mais, para compreender que a missão de levar o Evangelho a todos, a missão universal da Igreja, é responsabilidade de todos os batizados, “todos nós, pelo batismo, participamos dessa missão universal não individualmente, mas como comunidade, Igreja que caminha junto, a Igreja sinodal. A Diocese e essa paróquia nos sentimos honrados e muitos abençoados pelo sim generoso que a Salete e seu esposo estão dando pela segunda vez. Foram os pioneiros daquela missão quando não existia nada lá na missão. A casa mal estava começando os seus alicerces. Chegaram e, em casa alugada, foram motivando o povo e foram construindo o que é hoje a sede da Missão Paulo VI: a casa dos missionários temporários, casa do padre e a escola. Depois de ter vivido lá todo aquele tempo, compartilhando com o povo de tantas culturas diferentes – são 31 culturas na Guiné Bissau – com população equivalente a aproximadamente a população de Curitiba, de língua portuguesa de Portugal e o Crioulo… Se dedicaram, honraram a missão, pagando com sua própria saúde porque contraíram malária e viveram momentos de dificuldades. Agora, depois de vários missionários terem ido, foram convidados pelos bispos a dedicar mais um tempo de sua vida à missão e eles responderam generosamente. É um momento de comemoração”, acrescentou Dom Sérgio.

O diácono Edson da Costa Pereira, que acompanha a questão missionária junto ao Regional, em Curitiba, acompanhou o envio, em Ponta Grossa. “Se percebe aos longos dos anos que sempre que há um envio missionário há uma grande alegria para nós do Regional e da Igreja do Paraná. Muito bom ver estampado no rosto das pessoas a grandiosidade do que é ser missionário. A missão é alimentada por voluntários, pessoas de boa vontade, que tiveram a experiência com Jesus Cristo e saem, partem com os seus pés, a anunciar o Evangelho da salvação. O mais importante, e eu vi hoje aqui, é a alegria da comunidade em enviar o casal missionário, Pedro e Salete. Uma grande graça é saber que eles estão amparados por Nossa Senhora de Fátima”, afirmou.

Presente à celebração, o diácono Agostinho Basso, presidente da Comissão dos Diáconos Permanentes, e sua esposa, que coordena o grupo das esposas, enfatizou que estavam rezando pela missão em nome da família diaconal. “Vão sem medo. Quando Deus estende a mão e diz ‘ide’ é que Ele já abriu os caminhos de hoje até a eternidade. Missão se faz com os pés de quem parte, os joelhos dos que rezam e as mãos de quem ajuda. Estaremos rezando diuturnamente por vocês como rezamos pelo (diácono) Metódio e pela Vera (Retexim), que estão no KM 70, na Amazônia. Contem conosco, nos deem notícia para que possamos plantar a semente do casal diaconal missionário. A Diocese está pedindo e alguns já estão com o coração pulsando de vontade ir para o KM 70 e, se Deus quiser, vai dar certo. Viemos trazer o abraço e o apoio. Não vão sozinhos. Tem uma família diaconal que reza, sonha junto e, de certa forma, está em missão com vocês”, garantiu Basso.

Para o diácono Pedro Lang a expectativa é grande. “Ansiosos e alegres por encontrar aquele povo amado que deixamos há cinco anos. Metade do coração ficou lá ao saber que voltaríamos e deixaríamos eles naquela situação, naquela dificuldade, com grandes desafios de sobrevivência daquele povo, daquele país, um dos mais pobres do mundo. Poder voltar para aquela realidade é nossa grande alegria. Saber que toda essa Igreja irá conosco através das orações e contribuições do povo à missão. Bom saber que o povo reconhece em nós essa missão, esse desafio de deixar todas as coisas aqui para trás – família, amigos, comunidade – e nos lançar novamente em missão em nome da Igreja Diocesana e do Regional Sul 2. Uma grande alegria poder ir novamente”, ressaltou.

Neste dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora de Fátima, aconteceria o envio pelo Regional Sul 2 da CNBB. Na terça-feira, o casal parte para a África. Desde o ano de 2014, a Igreja do Paraná mantém uma missão Ad Gentes no país da Guiné-Bissau, na África. Evangelização, saúde e educação são os três âmbitos de atuação dos missionários que são enviados para lá.

da assessoria