Sexta-feira, 04 de Julho de 2025

Doutora Dieta explica como hábitos simples podem prevenir doenças e melhorar a saúde

2025-07-04 às 16:33
Foto: Edu Vaz/ D’´Ponta News

A nutricionista funcional integrativa, bióloga, fisioterapeuta e terapeuta quântica Ana Cristina Dalla Lasta, conhecida como Doutora Dieta, participou do programa Manhã Total da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) nesta sexta-feira (4) e falou sobre saúde, alimentação, suplementação e os impactos da má nutrição no corpo e na mente. A especialista reforçou a importância da abordagem funcional integrativa, que considera cada pessoa como única e valoriza o equilíbrio entre corpo, mente e ambiente.

Logo no início da conversa, Ana Cristina destacou que o excesso de informações disponíveis hoje sobre alimentação pode confundir mais do que ajudar. “Na verdade tudo é um equilíbrio”, afirmou. Para ela, há um sofrimento crescente por parte da população devido a doenças crônicas, obesidade e escolhas alimentares equivocadas. “A população está sofrendo com a alimentação que a gente está acostumado a ter”, completa.

Ela reconhece que a internet pode ser uma aliada ou um risco, dependendo do uso. “As pessoas às vezes acham que é certo mudar a alimentação sem acompanhamento, seguindo recomendações que estão dispostas em internet”, alertou. Por isso, reforça a necessidade de cautela ao escolher as fontes de informação. “É importante escolher bem quem você acompanha e acredita na internet”, aconselha.

A Doutora Dieta compartilha conteúdos nas redes sociais baseados em evidências científicas e nas particularidades bioquímicas e metabólicas dos indivíduos. “Cada pessoa é única e isso deve ser respeitado”, ressalta.

Durante a entrevista, Ana Cristina também falou sobre a base da nutrição tradicional ensinada nas universidades, que foca em contagem de calorias e elaboração de cardápios, e destacou que esse modelo foi essencial para a produção alimentar em larga escala. “Tem a sua importância na produção de restaurantes, na produção alimentar e base alimentar da população”, afirma.

Ela relembrou que há cerca de 50 anos acreditava-se que o mundo enfrentaria escassez de alimentos e, com isso, produtos começaram a ser alterados quimicamente para resistirem a pragas, o que resultou em efeitos adversos à saúde humana. “Esse alimento ficou inflamatório para o nosso corpo, como é o caso do glúten”, exemplifica.

A especialista também desmontou crenças populares, como a ideia de que é necessário comer muito e várias vezes ao dia. “Isso é porque o nosso metabolismo ainda é das épocas das cavernas. A nossa genética não alterou o jeito que a gente precisava comer”, explica.

Segundo ela, o corpo ainda funciona com base nos mecanismos ancestrais de armazenamento de energia. “Quando você come um pacote de salgadinho de 3 mil calorias, tudo isso vira armazenamento de gordura. Na época das cavernas a gente armazenava porque ficava uma semana sem comer, saía caçar o animal para comer”.

Outro ponto levantado por Ana Cristina foi o uso indiscriminado de aditivos químicos. “Vão no lugar que o hormônio ia agir na célula e atrapalha todo o metabolismo hormonal”, afirma. Para ela, esse é um dos principais motivos do aumento de doenças na população. “Hoje 80% da população está enferma”, cita.

Quando o assunto é suplementação, especialmente entre praticantes de academia, ela faz um alerta. “Você precisa ouvir seu corpo e ver o que te faz bem”, comenta, destacando que uma boa alimentação é suficiente para quem se alimenta corretamente. “Quem se alimenta direito não precisa de suplemento nenhum”, conclui.

A nutricionista também abordou o uso de pré-treino, frequentemente associado à necessidade de disposição. Para ela, essa demanda constante de estímulo é um sinal de desequilíbrio. “Se você está precisando tomar um pré-treino para treinar, tem alguma coisa errada com o seu corpo”, alerta. “Se você precisa de um pré-treino, tem alguma coisa errada com o seu corpo”. Ela diz que a energia deve vir naturalmente, sem depender de estimulantes. “O certo é acordar com disposição”, indaga.

Ana Cristina também chamou atenção para o consumo diário de substâncias inflamatórias e tóxicas presentes no dia a dia. “Você come em panelas de alumínio, em restaurante que coloca tempero pronto na comida que é cheio de substância que te deixa irritado e estressado. Você não consegue dormir, toma remédio e ele vai te dar efeitos colaterais e começa a ter dores e vai tomar outro remédio”, relata. “Um medicamento é uma droga que você está tomando”, reforça.

Sobre alimentos que estimulam o cérebro, ela afirma que tanto o café quanto o chocolate são bem-vindos ocasionalmente. “Não tem problema consumir uma vez ou outra mas não todo dia”, afirma. “O chocolate tem propriedades que estimulam contra a depressão”, cita para ressaltar que não causa só efeitos negativos.

Para quem quer mudar de hábitos alimentares, ela recomenda começar com equilíbrio. “Durante a semana você faz certo, se alimenta bem. Fim de semana você vai em uma festa e pode comer alguma coisa, é um equilíbrio”, sugere, chamando essa estratégia de ‘80% 20’ onde durante a semana come corretamente, cerca de 80%, e os 20 ficam por conta do fim do semana.

Ela também compartilhou orientações práticas sobre substituições alimentares. Entre os alimentos que ela não recomenda estão salsicha, margarina, óleo de soja, bolacha recheada e miojo. Sugestões dela incluem:

  1. Substituir margarina por manteiga
  2. Trocar salsicha por frango desfiado ou queijo amarelo
  3. Usar banha, gordura de coco ou manteiga no lugar do óleo de soja
  4. Fazer uma crepioca com ovo e tapioca no lugar do miojo

A entrevista também abordou questões genéticas e prevenção ao câncer. Ela explicou que existem testes que indicam predisposição genética à doença, mas que não devem ser usados como diagnóstico definitivo. “Existem uns marcadores genéticos que a gente pode levantar e ver se a tua célula tem predisposição para ter câncer ou não”, disse. “Tem muita gente tirando o peito, tirando o útero, dando esse marcador positivo e não é correto”, acrescentou. “Só a genética não faz um câncer”, afirma.

Sobre comer doce após o almoço, ela tranquiliza quem tem esse hábito. “Se você come doce após o almoço, não vai dar o pico de insulina do doce porque você comeu a proteína antes”, explicou.

Ela ainda alerta que o organismo pode pedir alimentos ruins por conta de desequilíbrios internos. “Pode ser uma síndrome chamada de supercrescimento bacteriano no intestino delgado. Tem um fungo igual a um lodo dentro do corpo e com bichinhos. Quando esse crescimento bacteriano está mais voltado para o lado dos fungos, você sente mais vontade de comer açúcar porque eles se alimentam do açúcar”, comenta.

Sobre a ordem dos alimentos nas refeições, ela explica que comer salada primeiro ajuda a aumentar a saciedade. “Tanto a salada você comendo primeiro, ela entra primeiro no estômago então retarda o esvaziamento gástrico como a gordura e proteína”. Mas ela também orienta que, em caso de muita fome, pode-se começar pela gordura. “Se você começar pelo pedacinho gordinho da carne, vai te dar uma saciedade maior e você vai comer menos no almoço ou na janta”, explica.

Se não estiver com fome, ela recomenda iniciar pela salada. “A gente leva 15 minutos até o cérebro começar a liberar o hormônio da saciedade. Se você almoçar em 5 minutos, você termina a refeição e ainda vai ter vontade de comer”, finaliza.

Atendimentos
Ana Cristina Dalla Lasta realiza atendimentos online. Para quem busca uma transformação alimentar com base na ciência, no autoconhecimento e na funcionalidade do corpo, a Doutora Dieta é uma referência em nutrição integrativa no Brasil e está presente no Instagram AQUI.

Veja a entrevista na íntegra: