A nutricionista funcional integrativa, bióloga, fisioterapeuta e terapeuta quântica Ana Cristina Dalla Lasta, conhecida como Doutora Dieta, participou do programa Manhã Total da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) nesta sexta-feira (4) e falou sobre saúde, alimentação, suplementação e os impactos da má nutrição no corpo e na mente. A especialista reforçou a importância da abordagem funcional integrativa, que considera cada pessoa como única e valoriza o equilíbrio entre corpo, mente e ambiente.
Logo no início da conversa, Ana Cristina destacou que o excesso de informações disponíveis hoje sobre alimentação pode confundir mais do que ajudar. “Na verdade tudo é um equilíbrio”, afirmou. Para ela, há um sofrimento crescente por parte da população devido a doenças crônicas, obesidade e escolhas alimentares equivocadas. “A população está sofrendo com a alimentação que a gente está acostumado a ter”, completa.
Ela reconhece que a internet pode ser uma aliada ou um risco, dependendo do uso. “As pessoas às vezes acham que é certo mudar a alimentação sem acompanhamento, seguindo recomendações que estão dispostas em internet”, alertou. Por isso, reforça a necessidade de cautela ao escolher as fontes de informação. “É importante escolher bem quem você acompanha e acredita na internet”, aconselha.
A Doutora Dieta compartilha conteúdos nas redes sociais baseados em evidências científicas e nas particularidades bioquímicas e metabólicas dos indivíduos. “Cada pessoa é única e isso deve ser respeitado”, ressalta.
Durante a entrevista, Ana Cristina também falou sobre a base da nutrição tradicional ensinada nas universidades, que foca em contagem de calorias e elaboração de cardápios, e destacou que esse modelo foi essencial para a produção alimentar em larga escala. “Tem a sua importância na produção de restaurantes, na produção alimentar e base alimentar da população”, afirma.
Ela relembrou que há cerca de 50 anos acreditava-se que o mundo enfrentaria escassez de alimentos e, com isso, produtos começaram a ser alterados quimicamente para resistirem a pragas, o que resultou em efeitos adversos à saúde humana. “Esse alimento ficou inflamatório para o nosso corpo, como é o caso do glúten”, exemplifica.
A especialista também desmontou crenças populares, como a ideia de que é necessário comer muito e várias vezes ao dia. “Isso é porque o nosso metabolismo ainda é das épocas das cavernas. A nossa genética não alterou o jeito que a gente precisava comer”, explica.
Segundo ela, o corpo ainda funciona com base nos mecanismos ancestrais de armazenamento de energia. “Quando você come um pacote de salgadinho de 3 mil calorias, tudo isso vira armazenamento de gordura. Na época das cavernas a gente armazenava porque ficava uma semana sem comer, saía caçar o animal para comer”.
Outro ponto levantado por Ana Cristina foi o uso indiscriminado de aditivos químicos. “Vão no lugar que o hormônio ia agir na célula e atrapalha todo o metabolismo hormonal”, afirma. Para ela, esse é um dos principais motivos do aumento de doenças na população. “Hoje 80% da população está enferma”, cita.
Quando o assunto é suplementação, especialmente entre praticantes de academia, ela faz um alerta. “Você precisa ouvir seu corpo e ver o que te faz bem”, comenta, destacando que uma boa alimentação é suficiente para quem se alimenta corretamente. “Quem se alimenta direito não precisa de suplemento nenhum”, conclui.
A nutricionista também abordou o uso de pré-treino, frequentemente associado à necessidade de disposição. Para ela, essa demanda constante de estímulo é um sinal de desequilíbrio. “Se você está precisando tomar um pré-treino para treinar, tem alguma coisa errada com o seu corpo”, alerta. “Se você precisa de um pré-treino, tem alguma coisa errada com o seu corpo”. Ela diz que a energia deve vir naturalmente, sem depender de estimulantes. “O certo é acordar com disposição”, indaga.
Ana Cristina também chamou atenção para o consumo diário de substâncias inflamatórias e tóxicas presentes no dia a dia. “Você come em panelas de alumínio, em restaurante que coloca tempero pronto na comida que é cheio de substância que te deixa irritado e estressado. Você não consegue dormir, toma remédio e ele vai te dar efeitos colaterais e começa a ter dores e vai tomar outro remédio”, relata. “Um medicamento é uma droga que você está tomando”, reforça.
Sobre alimentos que estimulam o cérebro, ela afirma que tanto o café quanto o chocolate são bem-vindos ocasionalmente. “Não tem problema consumir uma vez ou outra mas não todo dia”, afirma. “O chocolate tem propriedades que estimulam contra a depressão”, cita para ressaltar que não causa só efeitos negativos.
Para quem quer mudar de hábitos alimentares, ela recomenda começar com equilíbrio. “Durante a semana você faz certo, se alimenta bem. Fim de semana você vai em uma festa e pode comer alguma coisa, é um equilíbrio”, sugere, chamando essa estratégia de ‘80% 20’ onde durante a semana come corretamente, cerca de 80%, e os 20 ficam por conta do fim do semana.
Ela também compartilhou orientações práticas sobre substituições alimentares. Entre os alimentos que ela não recomenda estão salsicha, margarina, óleo de soja, bolacha recheada e miojo. Sugestões dela incluem:
A entrevista também abordou questões genéticas e prevenção ao câncer. Ela explicou que existem testes que indicam predisposição genética à doença, mas que não devem ser usados como diagnóstico definitivo. “Existem uns marcadores genéticos que a gente pode levantar e ver se a tua célula tem predisposição para ter câncer ou não”, disse. “Tem muita gente tirando o peito, tirando o útero, dando esse marcador positivo e não é correto”, acrescentou. “Só a genética não faz um câncer”, afirma.
Sobre comer doce após o almoço, ela tranquiliza quem tem esse hábito. “Se você come doce após o almoço, não vai dar o pico de insulina do doce porque você comeu a proteína antes”, explicou.
Ela ainda alerta que o organismo pode pedir alimentos ruins por conta de desequilíbrios internos. “Pode ser uma síndrome chamada de supercrescimento bacteriano no intestino delgado. Tem um fungo igual a um lodo dentro do corpo e com bichinhos. Quando esse crescimento bacteriano está mais voltado para o lado dos fungos, você sente mais vontade de comer açúcar porque eles se alimentam do açúcar”, comenta.
Sobre a ordem dos alimentos nas refeições, ela explica que comer salada primeiro ajuda a aumentar a saciedade. “Tanto a salada você comendo primeiro, ela entra primeiro no estômago então retarda o esvaziamento gástrico como a gordura e proteína”. Mas ela também orienta que, em caso de muita fome, pode-se começar pela gordura. “Se você começar pelo pedacinho gordinho da carne, vai te dar uma saciedade maior e você vai comer menos no almoço ou na janta”, explica.
Se não estiver com fome, ela recomenda iniciar pela salada. “A gente leva 15 minutos até o cérebro começar a liberar o hormônio da saciedade. Se você almoçar em 5 minutos, você termina a refeição e ainda vai ter vontade de comer”, finaliza.
Atendimentos
Ana Cristina Dalla Lasta realiza atendimentos online. Para quem busca uma transformação alimentar com base na ciência, no autoconhecimento e na funcionalidade do corpo, a Doutora Dieta é uma referência em nutrição integrativa no Brasil e está presente no Instagram AQUI.
Veja a entrevista na íntegra: