Segunda-feira, 07 de Outubro de 2024

Dra. Camila Latyki destaca os principais transtornos de neurodesenvolvimento

2024-03-21 às 16:13

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (21), a médica neurologista infantil, Dra. Camila Latyki, falou sobre os transtornos de neurodesenvolvimento.

Transtornos de neurodesenvolvimento

Os transtornos de neurodesenvolvimento possuem a origem ligada ao período gestacional ou da infância. Eles são déficits que causam impacto nas habilidades de comunicação, interação social e afins dos seus portadores. Eles podem prejudicar o paciente na aprendizagem e também limitá-los intelectualmente, de acordo com o diagnóstico.

A neurologista pontua que a principal procura no consultório está atrelada à suspeita de algum desses transtornos. “O atraso na fala, a dificuldade escolar [incluindo o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade], a dislexia e o transtorno do espectro autista estão entre as principais suspeitas pelas quais os responsáveis levam seus filhos ao consultório”, afirma.

A Dra. Camila aponta que o aumento do acesso às informações sobre esses transtornos fez com que os pais aumentassem a busca por profissionais da área. “É muito comum quando chegam as crianças com alguma dificuldade no consultório, a descrição dos pais ser de que também possuíam alguma dificuldade na escola, por exemplo, e o fato de não quererem que os seus filhos também passem por isso”, ressalta. “Dessa forma, esses transtornos já existiam, porém ainda não existia um diagnóstico para eles. A informação aumentou de forma exponencial e isso resultou nessa busca pela ajuda profissional”, acrescenta.

Base genética

Segundo a neurologista, esses transtornos possuem uma base genética. “Muitas mães acabam puxando uma culpa para si achando que poderiam ter feito algo de forma diferente para que seus filhos não possuíssem algum desses transtornos. Na realidade, é como se o cérebro funcionasse dessa forma desde o nascimento e nós entendemos hoje que são características normalmente genéticas associadas a alguns fatores ambientais”, assegura.

Ela comenta que esses fatores ambientais todos estão ligados ao período da gestação. “Existem estudos acerca de fatores, como medicações feitas durante a gestação, idade dos pais, consumo de álcool e drogas durante o período e o nascimento com uma possibilidade de sofrimento fetal, que apontam que eles podem interferir na arquitetura do cérebro. Principalmente o TDAH já possui muita associação com a prematuridade e abuso de substâncias, porém nós entendemos que a principal base é genética [para os transtornos]”, pondera.

Base genética x hereditariedade

A especialista afirma que essa base genética que influencia nesses transtornos não possui relação com hereditariedade. “Se tratando do TEA, mais de 90% dos casos estão atrelados à base genética. É importante ressaltar que essa relação com a base genética é diferente de hereditariedade, então não significa que toda a família já a possua porque a criança nasceu com o transtorno. Em alguns casos, essas alterações genéticas ocorrem por uma mutação de novo. Quando existe a formação do embrião, acontece uma mutação genética em algum gene responsável pela linguagem, comportamento ou afim e resulta nesta característica do transtorno em diferentes graus”, explica.

Serviço

A Dra. Camila Latyki atende na Rua Tiradentes, 976 – Centro; e o telefone para contato é: (42) 3224-9708. Você também pode conhecer mais sobre o trabalho da neurologista através do siteinstagram.

Confira a entrevista completa: