por Michelle de Geus
Antes de fundar o Grupo GMAD, em 1990, o empresário Álvaro Góes trabalhou como frentista, lavador de carros, vendedor de sorvetes e engraxate na praça Barão do Rio Branco, no Centro de Ponta Grossa. Ele conta que, em meio a tantas dificuldades, nutria o sonho de ter uma casa, um carro e ser dono da própria empresa. “Eu não queria ser funcionário, eu queria ser empreendedor e tocar o meu negócio. Essa vontade me fortalecia a cada dia e, quando eu tive oportunidade, agarrei com as duas mãos”, afirma, lembrando que o começo da empresa foi difícil e de muito trabalho. “Eu chegava a trabalhar 20 horas por dia. Começava às 7h da manhã e ia até de madrugada descarregando caminhão”, lembra.
De acordo com o empresário, a inspiração naquele início de carreira veio do desejo de não repetir os erros dos antepassados. “Os meus tios tinham uma condição de vida um pouquinho melhor, e o meu pai trabalhou para eles a vida inteira, mas eles nunca deram nada e nunca ajudaram ele em nada. Então, eu me inspirava em fazer as coisas diferentes do que eles faziam”, comenta, acrescentando que ele mesmo e os irmãos chegaram a trabalhar no posto que era de propriedade dos tios. “O meu sonho era ter o meu negócio para que eu pudesse ajudar a minha família. Eu queria trazer os meus irmãos comigo para que eles fossem meus sócios e também tivessem as suas próprias empresas. Hoje a minha família inteira trabalha comigo, todos os meus irmãos têm loja e estão muito bem”, comemora.
Atualmente, o Grupo GMAD conta com 87 lojas espalhadas estrategicamente pelo Brasil e 4.230 colaboradores para atender a 75 mil profissionais de marcenaria e arquitetura por mês com produtos e serviços para móveis. Com frota própria, de aproximadamente 750 caminhões, a empresa distribui mais de 20 mil itens – como painéis de madeira, acabamentos, ferragens, maquinários, entre outros – por todo o país.
Bons exemplos da concorrência
Góes relata que também buscou inspiração em outros empresários do mesmo ramo. “Eu não me considero uma pessoa extremamente competente, não sou um grande administrador. O que eu fiz foi ver o que o concorrente fazia e tentar melhorar”, aponta. “Tem muitas coisas que nós fazemos aqui dentro do Grupo GMAD e que deram certo apenas olhando como os nossos concorrentes faziam, aprimorando e fazendo do nosso jeito”, completa.
À semelhança do empresário
Na visão de Góes, toda equipe é um pouco a semelhança do empresário. “Os colaboradores são uma cópia do empresário. A vontade de trabalhar, de participar no dia a dia, de estar cedo lá na loja é o que mais inspira e motiva os colaboradores”, opina, fazendo questão de reconhecer a competência e a dedicação da equipe. “Claro que nem todos são iguais e nem todos vão dar frutos, mas, para aqueles que realmente querem ser alguém na vida, nós damos condições. Eu tenho vários ex-funcionários que hoje são meus sócios e isso certamente serve de incentivo”, avalia.
O empresário também se empenha em inspirar os colaboradores a buscarem a excelência no atendimento. “O cliente tem de ser atendido da melhor forma possível e na maior rapidez possível. Quando tiver algum problema ou alguma coisa que não esteja bem, tem de ter a humildade de reconhecer, conversar e tentar resolver”, ensina.
Acredite e corra atrás
Hoje em dia é Góes quem serve de exemplo para outros empresários. “Às vezes eles me falam assim: ‘você é a minha inspiração, você é um cara vencedor, eu queria muito ser igual’. Os meus familiares, então, não precisa nem falar nada, todos eles se inspiram em mim e fazem a coisa acontecer comigo”, conta. Para essas pessoas, ele pede que continuem acreditando em si mesmas. “Acredite nos seus sonhos, corra atrás, não fique parado e lembre-se que ninguém consegue nada na vida se não for com seriedade, honestidade e trabalho”, aponta.
O empresário ressalta ainda a importância de investir no próprio negócio. “Quem não investe no próprio negócio não vai crescer nunca. Eu tenho a minha empresa há 35 anos e só agora eu estou colhendo frutos dela. Então eu fiquei praticamente 25 anos só investindo para que ela pudesse crescer e ser forte como é hoje”, conclui, acrescentando que só conseguiu realizar o sonho da casa própria depois de quase dez anos de empresa.