Quarta-feira, 21 de Maio de 2025

Empresa BR7 promove inclusão de 10 mulheres privadas de liberdade em PG

Ação reforça compromisso social da empresa com a comunidade
2025-05-21 às 11:15
Edu Vaz/ D’Ponta News

A partir desta sexta-feira (23), a BR7 Sistemas de Armazenagem, em Ponta Grossa, dá início a um projeto com a assinatura oficial do programa ‘BR7 Mulheres de Aço’. A iniciativa prevê a contratação de 10 mulheres em situação de privação de liberdade para atuarem no chão de fábrica da empresa. Elas começam a trabalhar já na próxima segunda-feira (26), com jornada normal e espaço próprio reformado especialmente para recebê-las.

O idealizador da ação é Denoir Marins, diretor da BR7, que há mais de três décadas está envolvido com causas sociais e iniciativas de inclusão. Denoir já foi sindicalista, empresário e recebeu o título de cidadão honorário de Ponta Grossa pela sua trajetória de contribuição para a cidade e a comunidade.

Durante entrevista ao programa ‘Manhã Total’, da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM), nesta quarta-feira (21), ele explicou como o projeto nasceu a partir de uma visita da Polícia Penal do Paraná. “Eles fizeram uma visita há um tempo atrás e ofereceram mão de obra. Com isso, até questionei sobre quais empresas utilizam mão de obra de detentos e me informaram vários nomes”, explica.

Porém, ao perguntar sobre a utilização da força de trabalho feminina, ouviu uma resposta que o incomodou. “Me informaram que nenhuma empresa do estado utilizava mão de obra feminina. Isso me instigou e eu pedi ajuda para eles desenvolverem um projeto”, conta.

Segundo Denoir, a estrutura foi adaptada para que essas mulheres tenham um ambiente digno de trabalho. “Aqui em Ponta Grossa não tinha espaço e reformamos uma sala para elas. É um desafio e estamos lutando para esse projeto”, relata.

Uma nova oportunidade
Ele reforça que o objetivo vai além da capacitação. “Na sexta-feira vamos assinar o projeto e na segunda 10 mulheres vão trabalhar na BR7, fazendo horário normal. Estamos preparando o chão da fábrica para receber elas como uma família”, garante.

O processo de seleção foi criterioso. “Entrevistamos 20 mulheres para escolher 10. Quando fomos entrevistar elas, estavam muito emotivas. Elas choram e dizem que ficam felizes porque alguém teve compaixão e se colocou na situação delas”, relatou Denoir. “Elas admitem que erraram e que estão pagando e pedem oportunidade para quando sair, para que tenham uma profissão”, pontua.

O diretor também fez um apelo para que outros empresários abram os olhos para essa realidade. “Não é aceitável ter quase 4 mil mulheres presas no estado e nenhuma ter oportunidade de trabalho”, afirmou. “Esse projeto eu tenho certeza que vai abrir muitas portas para elas. Não é a BR7 pegar 10 mulheres, é abrir as portas para as mulheres”, afirma.

Com experiência prévia na inclusão feminina no setor industrial, Denoir desmistifica resistências do mercado. “Em 2014 tinha um mito de que mulheres não conseguiam trabalhar no chão de fábrica metalúrgica porque era pesado. E isso não é verdade porque começamos a empresa em 2012 com 5 mulheres e teve época que 60% do chão de fábrica eram mulheres.” Para ele, o trabalho feminino é sinônimo de excelência. “Mulheres são cuidadosas e entregam muita qualidade”, diz.

A solenidade de sexta contará com a presença de autoridades locais, mas para Denoir, o protagonismo é delas. “As estrelas do projeto no fim, são as mulheres”, conclui.

Sobre a empresa
A BR7 Sistemas de Armazenagem, localizada no bairro Cará-Cará, em Ponta Grossa, atua no diagnóstico, projeto, fabricação e montagem de sistemas de armazenagem. Criada em 2012, a empresa tem uma equipe jovem e engajada e atende grandes marcas como Mercado Livre, Shein e Boticário.

Em 2023, a BR7 cresceu 51% e entregou cerca de 200 obras em 17 estados do Brasil. O diretor reforça a filosofia da empresa: “A empresa não pode pensar só no lucro, tem que pensar no social também. Pensar no trabalho e na inclusão daqueles que têm mais dificuldades”, reflete.

Acompanhe a entrevista na íntegra:


Por Camila Souza.