Sexta-feira, 18 de Julho de 2025

Empresa some com pagamentos de estagiários da Câmara de PG e Justiça vai atrás do dinheiro

Empresa contratada para gerir estágios teria retido parte dos valores destinados a estudantes; Justiça bloqueia bens para garantir ressarcimento
2025-07-17 às 19:07

A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito sobre o suposto desvio de recursos públicos destinados ao pagamento de bolsas de estágio da Câmara Municipal de Ponta Grossa, no Campos Gerais. Segundo as autoridades, a empresa responsável pela administração dos estágios, representada por um homem de 62 anos, teria se apropriado de parte dos valores recebidos para repassar aos estagiários.

O caso teve início em junho de 2025, quando a Câmara notificou o 2º Distrito Policial sobre retenções indevidas. A investigação aponta que, no dia 27 de maio, a empresa recebeu R$ 60.860,60 para o pagamento de 43 bolsas de estágio relativas ao mês de maio, porém deixou de repassar R$ 20.059,25 correspondentes a 13 dessas bolsas. Isso resultou em prejuízo direto para estudantes que aguardavam pelo benefício.

Mesmo após notificações oficiais e interrogatório, a empresa efetuou somente repasses parciais. Ao fim da apuração policial, seis jovens ainda não haviam recebido as bolsas, totalizando R$ 9.258,12 em valores retidos.

O delegado Derick Moura Jorge, responsável pela investigação, indiciou o representante da empresa pelo crime de apropriação indébita, conforme o artigo 168 do Código Penal. Em nota, o delegado afirmou que “os indícios contra o investigado ficaram cabalmente demonstrados, uma vez que os valores destinados aos estagiários foram desviados de sua finalidade”.

A Justiça acatou o pedido de sequestro de bens apresentado pela Polícia Civil, determinando o bloqueio de contas bancárias do representante e da empresa, bem como a restrição para venda de veículos. O objetivo é garantir a devolução dos valores indevidamente apropriados, em benefício dos estudantes prejudicados.

Durante o inquérito, a Câmara Municipal de Ponta Grossa colaborou fornecendo documentos, contratos, comprovantes de pagamento e os relatórios de repasses necessários para a investigação. O caso agora segue para análise do Ministério Público, que avaliará as próximas providências judiciais.