Um funcionário concursado da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi preso em Ponta Grossa sob suspeita de desviar R$ 215.430,92 da empresa, segundo investigações da Polícia Civil. O esquema, considerado sofisticado e premeditado, envolvia o uso indevido de logins e senhas de colegas para solicitar reembolsos inexistentes e direcionar os valores para uma conta bancária de sua titularidade.
O método consistia em acessar o sistema interno da Sanepar utilizando as credenciais de funcionários que estavam afastados por motivos legais, como férias ou licenças. Com esse acesso, o suspeito registrava pedidos de devolução de valores, simulando reembolsos que, na verdade, nunca ocorreram. Os valores eram então transferidos para sua própria conta bancária. Em um dos registros fraudulentos, o valor “devolvido” foi de R$ 9.420; em outro, R$ 8.595.
Para dificultar a identificação e ocultar as próprias ações, o funcionário bloqueava novamente as senhas dos colegas após realizar as operações fraudulentas. Ele era um dos três funcionários com permissão para desbloquear senhas, o que lhe conferia acesso privilegiado ao sistema. Paralelamente, para justificar suas ausências e facilitar a execução dos crimes, o suspeito apresentava atestados médicos falsificados. A polícia encontrou em seu computador arquivos com modelos editáveis desses documentos, o que demonstrava a premeditação do esquema.
O caso foi descoberto após uma sindicância interna realizada pela própria Sanepar, que identificou as irregularidades e denunciou o funcionário à polícia. A empresa afastou ele de suas funções e bloqueou imediatamente seus acessos aos sistemas internos. Em nota, a Sanepar reforçou que a conduta do investigado não representa a conduta dos mais de 6 mil empregados da companhia e que disponibiliza um canal de denúncias terceirizado para garantir a imparcialidade nas investigações.
O suspeito do crime foi preso preventivamente e deverá responder pelos crimes de apropriação indébita majorada, falsificação de documento público e uso de documento falso, com penas que podem variar de 6 a 8 anos de prisão. A Polícia Civil também solicitou a quebra de sigilos bancário e fiscal e o bloqueio de bens para garantir o eventual ressarcimento à empresa.