O mestre em Geografia e Doutor em Ciências, Prof. Gilson Campos Ferreira da Cruz, comentou sobre as alterações climáticas da região, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (14).
Ciclones extratropicais
O ciclone extratropical que afetou o Sul do Brasil nesta semana teve consequência como aumento dos ventos, chuvas fortes e baixa temperatura na região.
“Nós temos vários eventos que acontecem, do ponto de vista climático, que são naturais. Os ciclones extratropicais acontecem desde sempre no planeta”, explica o especialista. “O que tem se tornado excepcional nos últimos anos é que esse ciclone tem se aproximado muito mais da costa brasileira do que aconteceria normalmente”, complementa.
Grande efeito
O especialista acredita que este fenômeno que aconteceu esta semana já pode ser considerado um dos que teve maior efeito em relação à área que gerou impacto.
“Eu diria que este ciclone que atuou esta semana no Sul do país já pode ser encarado como um dos que teve maior efeito em termos de área de abrangência”, afirma. “Normalmente eles acontecem e são comuns no Oceano Atlântico, mas em direção ao alto mar. Porém excepcionalmente esses ciclones podem fazer este caminho de retorno, se aproximando principalmente do litoral do Rio Grande do Sul”, acrescenta.
Consequências
Devido à proporção que o ciclone tomou, os efeitos também foram sentidos no interior, com a queda de temperatura e aumento dos ventos na região Sul e também nos países vizinhos.
“Neste ano, o tamanho e estrutura do ciclone eram muito grandes e atuando sobre o litoral estendeu a sua área de influência para dentro do continente, trazendo consequências para o interior do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai”, ressalta o especialista. “Fomos observando ao longo desses dias, principalmente ontem, que esses ventos ‘varreram’ toda a região Sul do país e parte do Sudeste”, finaliza.
Confira a entrevista completa: